17 de abril de 2021

Gripe, Resfriado e Covid-19: Sintomas e Cuidados | Matheus Todt

Por uma questão metodológica e científica não devemos esperar uma vacina contra a COVID-19 para este ano. Quem afirma é o infectologista da filial da S.O.S. Vida em Aracaju, Dr. Matheus Todt, que participou nesta quinta-feira (16/07) da quarta live da Semana do Cuidado da S.O.S. Vida.

Em sua argumentação, o médico disse que só é possível determinar o tempo de duração de uma vacina vendo o efeito dos testes nos participantes.

“Não temos como dizer que uma vacina vai durar um ano se o paciente não for observado durante esse mesmo período”.

Assista a palesta completa: Gripe, Resfriado e Covid-19: Sintomas e Cuidados

Infecções respiratórias

O tema da palestra do médico foi “Gripe, resfriado e Covid-19: sintomas e cuidados”. Ele começou abordando as Infecções das Vias Aéreas Superiores (IVAS), muito comuns no inverno, sendo as principais a rinofaringite, a otite, a faringite, a amigdalite e a rinossinusite, todas agudas. Abordou a diferença entre gripe e resfriado comum antes de falar da COVID-19.

“O novo coronavírus tem um comportamento mutante, portanto o paciente pode apresentar sintomas mais leves do que um resfriado comum e ainda assim estar contaminado”.

O novo Coronavírus e a Covid-19

Depois passou a falar sobre o que se sabe até aqui desse novo vírus. Lembrou que o nome vem de sua composição molecular, já que ele tem uma coroa de receptores em sua superfície. É um vírus antigo, que foi isolado na década de 1960 e até pouco tempo era pouco patogênico, ou seja, causava poucas doenças. Só que ele foi sofrendo mutações e nos anos 2000 essas alterações passaram a representar perigo para os infectados, matando inicialmente cerca de 10% das pessoas que o contraiam.

Essa epidemia na China foi controlada e passamos cerca de 10 anos sem casos significativos. Até que em 2012 ocorreu outro surto, na própria China e Arábia Saudita, causando a morte de cerca de 35% dos infectados.  “Ou seja, como o ciclo de mutação dele ocorre em intervalos de 10 anos, em 2030 podemos outra epidemia, podendo ser mais ou menos infectivo”.

A China, por sua alta densidade populacional, foi mais uma vez o cenário onde apareceu esse novo coronavírus. “A letalidade é baixa (menos de 5%), porém a capacidade de ele infectar é enorme”, lembrou o especialista, ressaltando que já são mais de 10 milhões de casos no mundo.

Estágios da Covid-19

Sobre os estágios da doença, o médico ressaltou que a maioria dos infectados apresenta sintomas leves (80%) ou são assintomáticos na primeira etapa.

“O diferencial está nas fases seguintes, pois a partir do sétimo dia o paciente pode entrar na fase pulmonar, na qual praticamente são existe mais vírus, apenas inflamação”.

Caso o paciente evolua para a fase três, que representa 5% dos casos (geralmente com indivíduos idosos), temos uma “tempestade inflamatória” com grande repercussão no quadro geral. O médico disse que nesse caso, a maioria vai precisar de UTI e ventilação mecânica.

O infectologista citou os principais sintomas da doença: febre (88,5%), tosse (68,6%) e fadiga (35,8%), que podem ser confundidos com gripe ou mesmo com uma virose comum.

Citou o protocolo do Ministério da Saúde para o diagnóstico da COVID-19: todo indivíduo que apresentar febre e mais um outro sintoma (como tosse, dor de garganta, coriza e dificuldade respiratória) deve ser considerado um caso suspeito.

Medicações e Tratamentos

Sobre o tratamento, reforçou que não existe ainda medicamento específico para a doença. Disse que a Cloroquina e a Hidroxicloroquina, assim como Azitromicina, Ivermectina e antirretrovirais não devem ser usados, segundo recomendações de diversas entidades médicas brasileiras.

“Somente os glicocorticoides devem ser usados e mesmo assim em casos críticos, em pacientes hospitalizados e que precisam de oxigênio”.

Destacou que a medida mais indicada é impedir que as pessoas adoeçam ao mesmo tempo para não sobrecarregar o sistema público de saúde e citou as principais medidas de prevenção conhecidas de todos: higiene frequente das  mãos, limpar objetos e superfícies com álcool a 70%, isolamento social, uso da máscara e evitar tocar olhos, nariz e boca.

Ao final, respondeu perguntas dos internautas, uma delas foi sobre o uso correto e armazenamento da máscara. O médico lembrou que todo EPI (Equipamento de Proteção Individual) é sujeito a contaminação.

“O ideal é que, se for uma máscara cirúrgica, seja trocada a cada quatro horas ou até ela ficar saturada”.

Sobre a máscara de tecido, ela deve ser acondicionada em um saco plástico, que precisa ser fechado até ela ser lavada. Além disso, o usuário deve evitar tocar na máscara em contato com a face e sempre usar álcool em gel após manipular o EPI, pois ele pode estar contaminado com o vírus.

Leia também: Infectologistas contraindicam uso da Ivermectina ou outros medicamentos para combater Covid-19

Semana do Cuidado na Atenção Domiciliar

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A pandemia traz reflexos significativos na saúde da população, não só pelo risco de contrair o novo Coronavírus, mas também pelo impacto na saúde mental, desequilíbrio na alimentação, redução nas atividades físicas e dificuldade em tratar outras doenças por conta do risco de buscar atendimento nos hospitais.

Diante desse cenário, manter uma dieta e hábitos saudáveis, redobrar os cuidados com a saúde física e mental e adotar medidas de prevenção são fundamentais.

Pensando nisso, a S.O.S. Vida promoveu a Semana do Cuidado na Atenção Domiciliar, com a realização de palestras transmitidas ao vivo pelo Youtube e Facebook.  A iniciativa reuniu profissionais da empresa para falar de sintomas e cuidados com a Covid-19, hábitos e alimentação saudável e saúde mental.

Confira aos vídeos da Semana do Cuidado

[Segunda] “O que sabemos sobre a Covid-19” – Monique Lírio, infectologista

[Terça] “Cuide de sua Saúde Mental” – Cláudia Cruz, psicóloga

[Quarta] “Fortalecendo a imunidade” – Edneuza Nascimento e Ana Rosa Humia, nutricionista e médica da família

[Quinta] “Gripe, Resfriado e Covid-19: Sintomas e Cuidados” – Matheus Todt, infectologista

[Sexta] “Como estamos lidando com as emoções” – Sônia Cotrim, psicóloga

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