17 de abril de 2021
Idosos são mais suscetíveis a complicações
Declínio natural e gradual das funcionalidades do sistema imunológico é um dos fatores característicos do envelhecimento.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 90% das vítimas fatais da Covid-19 têm acima de 60 anos. E destes, 84% apresentaram pelo menos um fator de risco, como cardiopatia, diabetes e pneumopatia. Por isso a atenção especial com esse público, mais suscetível a complicações e ao óbito.
Um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ), no dia 26 de março, avaliou 113 pessoas que morreram da doença em Wuhan, na China, onde a doença começou. Os resultados mostraram que 48% das vítimas fatais tinham pressão arterial alta; 21%, diabetes.
Segundo a coordenadora médica da S.O.S Vida em Brasília, Dra. Patrícia Espiño, dois aspectos principais justificam o maior cuidado com os idosos em relação à COVID-19. O primeiro é o declínio gradual da função do sistema imune.
“Sabemos que o sistema imune passa, com o decorrer do tempo, a reduzir sua atividade, propiciando aparecimento e desenvolvimento de infecções – algumas delas ditas como ‘oportunistas’. Nos idosos, o número de glóbulos brancos (leucócitos) encontra-se reduzido ou com atividade reduzida e são estas células as responsáveis pela defesa do nosso organismo contra patógenos (como bactérias, vírus e fungos)”.
A médica acrescenta que, no caso do novo coronavírus, está acrescido o fato de que ele pode também danificar as células do sistema imune, deixando os idosos em situação ainda mais vulnerável.
O segundo aspecto destacado por Dra. Patrícia é a presença de doenças crônicas. Assim como o sistema imune, outros sistemas vão apresentando alterações nas suas funções e, com isso, há uma maior prevalência de comorbidades – como hipertensão arterial, diabetes e hipotireoidismo.
“Esses fatores, assim como a obesidade e sedentarismo, podem predispor a quadros infecciosos mais graves”.
OUTROS GRUPOS DE RISCO
Dra. Patrícia Espiño lembra que segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), as pessoas com idade maior ou igual a 65 anos estão mais suscetíveis à infecção pelo COVID-19, mas também se destacam outros grupos como:
-Habitantes das chamadas instituições de longa permanência;
– Pacientes com doença pulmonar crônica ou asma moderada-grave;
– Doenças cardiovasculares;
– câncer e condição de imunodeficiência;
– obesidade (Índice de Massa Corpórea maior que 40);
– Presença de certas condições médicas, particularmente se não foram controladas, como diabetes mellitus, doença renal crônica ou doença hepática.
No caso dos idosos isolados em casa, os familiares devem dar apoio, pois eles são mais suscetíveis a quadros de depressão e ansiedade.
“Sendo assim, o período de isolamento social deve ser alicerçado pela família para menor impacto”.
A médica recomenda para idosos o uso de videochamadas, que podem viabilizar a troca de informações entre familiares, evitando o contato físico. Outra dica: estímulo à atividade física dentro de casa, pois além de favorecer saúde física, também propicia uma ambientação social.
Alimentação saudável é outro aspecto fundamental. A médica aconselha as compras online ou solicitar delivery de alimentos saudáveis – dar preferência a frutas e legumes e reduzir a ingestão de sal, açúcar e gordura saturada.
A interação constante também é importante para evitar a depressão. “É importante que as chamadas telefônicas sejam frequentes, mantendo uma rotina de diálogos e estímulos, além de que, desta forma, estaremos sempre atentos caso haja alguma necessidade de ajuda”.
Em relação aos sintomas da COVID-19, a médica lembra que devem ser considerados em todas faixas etárias.
“Esses são os principais sinais e sintomas: febre, tosse e dificuldade de respirar: Nos casos dos pacientes acompanhados pela S.O.S. Vida o monitoramento acontece ativamente, mas a população precisa estar atenta a sinais de gravidade e, em caso de dúvidas, entrar em contato com seu médico.”
O Ministério da Saúde também disponibiliza o telefone 136, para dar orientações sobre prevenção e tratamentos da COVID-19.
Leia também a cartilha da Fiocruz: Cuidando dos idosos na epidemia do Coronavírus
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