17 de abril de 2021

Flexibilização das medidas restritivas | Bom dia Sergipe

A retomada das atividades econômicas começou em algumas cidades do país, e o aumento no fluxo de pessoas nas ruas e em estabelecimentos comerciais já pode ser notado.

Contudo, a pandemia da Covid-19 ainda é uma realidade e, embora as medidas restritivas estejam relaxando, o cuidado deve ser redobrado.

Com mais pessoas circulando, o risco de contaminação pelo novo coronavírus é maior, ainda que os protocolos de reabertura sigam recomendações técnicas. Assim, a necessidade em redobrar os cuidados é essencial, tanto para controlar a curva de infecção, quanto para evitar o retorno de medidas restritivas mais rígidas.

Participando do programa jornalístico Bom Dia Sergipe, Dr. Matheus Todt, infectologista da S.O.S. Vida, falou da maior atenção que deve ser dada aos cuidados adotados durante a pandemia, especialmente em um cenário de retomada da economia.

Não estamos livres da pandemia, a pandemia continua e vai continuar por algum tempo. A perspectiva de vacina ainda é um pouco distante, para o começo do próximo ano. E se a gente não tiver cuidado e as pessoas começarem a sair sem necessidade, temos o risco de aumentar o número de casos“, alerta o especialista.

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Assista à entrevista completa no site do Bom dia Sergipe.

Medidas de segurança individual

Após quase cinco meses de medidas restritivas mais duras, a flexibilização da quarentena era bastante aguardada. Porém, alguns estados e municípios não descartam retroceder nas fases de reabertura se os casos voltarem a aumentar. Para que isso não ocorra, além do cumprimento dos protocolos de segurança definidos pelos órgãos competentes, a população deve colaborar praticando o autocuidado: utilizando máscara e fazendo a higienização das mãos constantemente.

É importante que as pessoas usem a máscara, porque só com todo mundo usando que eu consigo reduzir a transmissibilidade na comunidade. Então, quando vemos que as pessoas deixam de usar máscara, vemos uma evidência de que há descuido da transmissibilidade.

Porque quando eu uso máscara, quando eu lavo minhas mãos – ou uso o álcool gel quando não possível lavar as mãos –, eu estou tendo o cuidado para que o vírus não seja transmitido para população e não chegue nas pessoas mais vulneráveis“, reforça o infectologista.

Cuidados em Ambientes públicos

O infectologista Dr. Matheus Todt chama atenção quanto à utilização de espaços com alto grau de compartilhamento, como banheiros públicos e lugares reservados à alimentação.

Nesses locais, o risco de contaminação é alto, uma vez que são frequentados diversas vezes ao dia por diferentes pessoas. Para diminuir o risco associado à exposição a esses ambientes, a higienização das mãos deverá ser feita antes e depois de frequentar o local: antes, para evitar contaminar as superfícies que serão tocadas, e depois, para evitar uma possível contaminação pelo contato com as essas superfícies.

Todo local que há uma possibilidade de ter toque com superfícies potencialmente contaminadas – banheiros, locais onde tem alimentação – a gente tem que ter o cuidado redobrado. Então, ao utilizar o banheiro público lembrar que é importante higienizar as mãos antes e após utilizar o banheiro. (…) É importantíssimo a gente ter esse cuidado, porque é um ambiente crítico, que a gente toca muito a superfície, reforça o profissional.

Uma das atividades permitidas pela flexibilização das medidas restritivas é a prática de exercícios físicos ao ar livre, como as caminhadas. Contudo, essa prática deverá ser feita utilizando máscara, mesmo que a pessoa realize a atividade sozinha e/ou o ambiente esteja aparentemente vazio ou deserto. Dr. Matheus Todt alerta:

Em tese, se eu estiver caminhando em um local aberto e sem pessoas próximas eu poderia tirar a máscara. O que acontece é que eu não tenho como caminhar num local aberto e excluir a possibilidade de pessoas chegarem perto ou encontrar pessoas. O ideal é que as pessoas, mesmo em caminhadas em locais abertos, relativamente deserto, usem a máscara pela possibilidade de encontrar outras pessoas”.

Leia também: COVID-19 – Os riscos associados a hábitos do cotidiano

Distanciamento Social

Quanto à prática de exercícios físicos em ambientes fechados, como nas academias, o cuidado precisa ser maior, pois além do compartilhamento do espaço, há o compartilhamento de equipamentos, que podem servir com veículo de contaminação caso não sejam bem higienizados.

Manter a distância segura de uma pessoa para outra, pelo menos de 1,5 m; manter a máscara a todo tempo e, como falei, todo local que há uma possibilidade de contato com superfícies contaminadas – a academia é um local bastante propício a você se contaminar tendo como veículo a mão.

O Ideal seria: sempre antes de utilizar o aparelho, e após, usar o álcool gel, tendo sempre cuidado para manter a máscara e evitar ficar manipulando a máscara ou tocando o rosto“, aconselha Dr. Matheus Todt.

A retomada das atividades comerciais e a flexibilização das medidas restritivas de forma segura é um processo que depende da cooperação de todos para ocorrer sem retrocessos.

Não é porque a gente está flexibilizando as medidas de restrição, que todo mundo vai sair de casa e todo mundo vai para o shopping, não é isso. Nós estamos vivendo um período de pandemia, e qualquer descuido é uma possibilidade de aumentar o número de casos e voltar à estaca zero, tanto em número de infectados mortos, quanto em medidas de restrição de circulação de pessoas, reforça o infectologista.

Os riscos associados a hábitos do cotidiano

Dr. Matheus Todt foi entrevistado pelo jornalista Daniel Aloísio, do Jornal Correio, e comentou sobre a retomada das atividades e dos riscos que precisam ser observados nesse momento de flexibilização.

Cada atividade oferece um grau de risco, que está diretamente ligado ao número de pessoas no mesmo ambiente e a necessidade do contato com superfícies. Quando maior for esses dois aspectos, maior será o risco de exposição e, consequentemente, de contaminação. Conforme explica Dr. Matheus.

“Os hábitos de reunião [presencial] deveriam ser os últimos a voltar. Colocar gente no mesmo ambiente fechado só tem menos perigo do que estar num show, onde as pessoas ficam bem próximas”.

Leia a matéria completa: COVID-19 – Os riscos associados a hábitos do cotidiano

Confira o infográfico que destaca os riscos de contágio associado a atividades do cotidiano.

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