17 de agosto de 2021
A pandemia e seus ensinamentos para os Cuidados Paliativos | A Tarde
Para manter a assistência de cuidados paliativos diante dos desafios e restrições impostos pela pandemia foi necessário que os profissionais trouxessem adaptações que permitissem o aperfeiçoamento das abordagens para manter a segurança dos envolvidos.
Em artigo publicado no jornal A Tarde (BA), a médica Ana Rosa Humia tratou dos ensinamentos da pandemia para a prática dos Cuidados Paliativos.
Leia o artigo completo.
A assistência de Cuidados Paliativos busca a melhoria da qualidade de vida de pessoas que enfrentam uma doença ameaçadora de vida – sem possibilidade de cura terapêutica –, com uma abordagem focada na prevenção e alívio do sofrimento, objetivando o conforto físico, psicossocial e espiritual. Os cuidados são estendidos aos familiares, que também são afetados pelo processo de adoecimento.
Essa abordagem vêm ganhando muito espaço nas diversas modalidades de serviços de saúde, sendo recomendado por entidades internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Quando este cuidado é realizado em home care, o paciente tem benefícios que vão além da redução de procedimentos que possam lhe causar sofrimento: ganha também a maior proximidade da família e a permanência no ambiente conhecido e acolhedor do domicílio
A manutenção da assistência dos cuidados paliativos nos domicílios, mesmo diante dos desafios da pandemia de Covid-19, foi de extrema necessidade, sua ausência poderia implicar em falhas e dilemas éticos graves. Além disso, a medida também possibilitou liberar leitos, tendo em vista a saturação da rede hospitalar, ao mesmo tempo em que oferecia um cuidado profissional e humanizado nos serviços de home care, que tiveram que adaptar seus protocolos para manter a segurança na assistência.
A redução das visitas presenciais traz complicações e cabe ao profissional de cuidados paliativos lidar com essa questão, orientando sobre a melhor forma de estar próximo, mesmo que virtualmente. Outras ações de socialização e interação com pessoas, que contribuem na redução do sofrimento dos pacientes, não puderam ser feitas. Diante disso, a equipe multiprofissional que faz o atendimento precisou buscar ações para melhorar a experiência e proporcionar mais conforto social e emocional.
A importância da comunicação ganhou mais peso no momento de estabelecer o vínculo entre a equipe de cuidados paliativos com o paciente e família, principalmente pelas restrições.
O vínculo contribui no processo de compartilhar as decisões com a família e aumenta as chances do profissional ser bem compreendido na hora de comunicar, por exemplo, a perda de uma funcionalidade e mesmo a iminência da morte do indivíduo. Em qualquer situação, quanto maior o vínculo com a equipe, melhor será essa comunicação.
O que vemos é que a capacidade do ser humano de se adaptar e buscar formas de melhorar ficou evidente diante do que vivemos de 2020 para cá. O aperfeiçoamento do cuidado, a partir das mudanças causadas pela pandemia, foi muito positivo para quem atua nessa área, tanto na evolução das possibilidades de comunicação, quanto nos protocolos que foram desenvolvidos na atuação diária.