17 de abril de 2021

Cristiara Allem: O Home Care humaniza o tratamento

Cristiara Allem, a nova gestora da Atenção Domiciliar da S.O.S. Vida (BA), fala sobre os desafios do cargo.

“O que a S.O.S. Vida propõe aos seus pacientes é algo que está escasso na saúde hoje, uma abordagem humanista, ter um olhar empático com o outro”.

O depoimento da nova gestora da Atenção Domiciliar, a médica gastroenterologista Cristiara Allem de Freitas Motta, demonstra bem porque ela aceitou o desafio de voltar para a empresa, depois de ter trabalhado entre 1999 e 2014.  Cristiara substitui a Dra. Marta Passo com a missão de dar continuidade a um trabalho de excelência, elogiado pelos profissionais de saúde da empresa e pelo mercado.

Cristiara Allem, gerente de Atenção Domiciliar da S.O.S. Vida (BA)

Na entrevista a seguir, a nova gestora fala sobre suas expectativas e desafios à frente do cargo.

Quais suas metas nesse novo cargo?

Antes de mais nada quero ressaltar o excelente trabalho feito pela colega Marta Passo. Os depoimentos emocionantes quando foi anunciada a sua saída demonstram o bom desempenho que teve à frente do setor. Ela é uma gerente competente e ao longo de minha trajetória profissional percebi o quanto é difícil ser gestor. Ser líder não é ser chefe. O verdadeiro líder motiva pelo exemplo e não pelo medo ou hierarquia. Marta Passo foi uma líder especial, deu uma nova roupagem à Atenção Domiciliar da S.O.S. Vida e eu tenho a difícil missão de dar continuidade a esse trabalho.

Apesar do pouco tempo, estou tentando aperfeiçoar alguns procedimentos, pois acredito que não existe nada que não possa ser melhorado. O comodismo é sempre prejudicial. Se o indivíduo acha que não precisa fazer mais nada porque está tudo feito, cria vícios, não enxerga o que está acontecendo ao seu redor e as possibilidades de melhoria, que são contínuas.

Em mais este ponto a S.O.S. Vida está de parabéns, pois investe em capacitação interna e também busca parcerias no mercado, como o PAEX (Parceiros para a Excelência) da Fundação Dom Cabral e a o Lean Institute Brasil, que nos auxilia promovendo uma filosofia de gerenciamento com foco em evitar desperdícios.

Esse é o perfil de uma empresa que tem a inovação como um de seus valores, que sempre busca otimizar o funcionamento de uma atividade que é muito complexa e densa. Fazer atendimento de Home Care não é fácil, mas ao mesmo tempo é desafiador e necessário.

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Quais são as vantagens desse serviço?

Eu acredito muito no Home Care. Tem muitas vantagens, mas eu destaco duas principais. Primeiro a humanização do tratamento, do cuidado. Graças a esse serviço é possível levar um paciente que está estável e já não precisa da estrutura hospitalar, mas que ainda requer cuidados específicos, para a sua residência, onde terá a possibilidade de receber o carinho e a atenção dos familiares.

Todo mundo já passou pela experiência de ter um familiar ou amigo numa unidade de saúde e sabe que em um momento agudo a estrutura hospitalar é imprescindível, porque alguns procedimentos exigem rapidez. Mas depois que é estabelecido um diagnóstico e um tratamento é possível e necessário desospitalizar. Por que estar dentro de um hospital sem necessidade? Além dos riscos reais, como infecções e manipulações, existe ainda o risco psicológico, mental.

O Home Care humaniza o tratamento, internando um paciente que não teria condições de ir para casa sem nenhum tipo de assistência. Sem falar nos indivíduos que vão precisar de cuidados específicos a vida toda.   Tem ainda a questão da otimização dos recursos financeiros: a saúde no Brasil é cara e a internação domiciliar é uma alternativa para melhorar a gestão destes recursos, seja na saúde suplementar, seja na saúde pública.

Como você enxerga o futuro dessa atividade?

O Home Care está sempre se reinventando e incorporando coisas novas. A S.O.S. Vida, por exemplo, tem entre seus valores a inovação e busca se diferenciar nesse mercado, realizando procedimentos que não fazia no passado. A quimioterapia, por exemplo, apesar de não ser o carro-chefe dos atendimentos, já é possível fazer em Home Care. Outro avanço é proporcionar novas experiências para os pacientes, que antigamente ficavam na cama, só com o contato da família.

Em várias ocasiões a S.O.S. Vida levou pacientes com dependência de ventilação mecânica e traqueostomizados para estádios de futebol e para tomar banho de mar. Esse é um esforço para contribuir com uma maior qualidade de vida dos nossos pacientes. Quando falo sobre esse assunto eu até me emociono.

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Quais são os principais desafios do Home Care?

Não é fácil fazer a gestão em saúde em um ambiente essencialmente descentralizado. Costumo dizer que o Home Care são vários hospitais administrados ao mesmo tempo. No hospital tudo está no mesmo local, enquanto na atenção domiciliar é preciso ter uma equipe assistencial, aparelhagem e medicamentos em unidades diferentes.

Envolve uma logística densa e gera uma expectativa grande entre os familiares, que muitas vezes não entendem o nosso papel. Muitos pensam que estão levando o hospital para dentro de casa, o que é um equívoco.

Na verdade, estamos atendendo um indivíduo que precisa de assistência para dentro de casa com algumas especificidades. Cabe ao Home Care explicar e esclarecer para não haver uma expectativa frustrada. Muitas vezes o profissional de saúde da área hospitalar não entende a real dimensão da assistência domiciliar e pode passar informações equivocadas para a família.

Em tempos de COVID-19 como Home Care se reinventou?

A S.O.S. Vida foi proativa em relação às medidas de proteção para seus pacientes. Antes da pandemia, alguns deles precisavam de assistência em seus domicílios com programações terapêuticas bem determinadas. Como foi preciso restringir o acesso dos profissionais de saúde às residências, elaboramos um protocolo robusto e detalhado levando em conta cada caso.

Analisamos as centenas de pacientes que temos e alguns deles passaram a ser tele monitorados, outros diminuímos as visitas ao mínimo. Além disso, remodelamos alguns processos, como a logística de entrega de material nas casas e passamos a intercalar as visitas. Enfim, foram várias remodelações para evitar a transmissão do vírus, sem tirar a segurança do paciente.

Especialistas na Arte de Cuidar

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