16 de abril de 2021

Cresce em 35% procura por home care durante a pandemia

Assistência Domiciliar contribui com desospitalização e é alternativa para desafogar sistema de saúde que enfrenta carência de leitos e maior risco de contaminação por coronavírus.

O número de pacientes atendidos por home care no Brasil cresceu 35%, diante da sobrecarga da rede hospitalar com a intensificação de casos da Covid-19.  De acordo com o Núcleo Nacional de Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead), houve um boom de pacientes egressos de hospitais em março de 2020, o que volta a ocorrer esse ano com maior intensidade.

Neste cenário, os serviços de Atenção Domiciliar passaram a atuar em outras frentes, contribuindo para desafogar o sistema de saúde que se encontra com carência de leitos e risco de contaminação por coronavírus.

Esse movimento nacional de desospitalização também é sentido no Nordeste, de acordo com Fernanda Gama, gerente de relacionamento com o mercado da S.O.S. Vida, que atua na Bahia, Sergipe e no Distrito Federal.

“A alta ocupação dos leitos hospitalares e crescimento na taxa de transmissibilidade do coronavírus impulsionou ainda mais os casos de desospitalização. As operadoras de saúde e hospitais buscaram uma aproximação maior com as empresas de home care para agilizar o processo de internação domiciliar aos pacientes com quadros estáveis que permitam a continuidade dos cuidados técnicos em suas casas, diminuindo o tempo de internamento e liberando os leitos”, afirma.

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Mudança no perfil dos pacientes de Home Care

A pandemia também fez surgir um novo perfil de pacientes: os que tiveram Covid-19 e ficaram com sequelas, necessitando de assistência mesmo após ir para casa.  Em muitos casos, pacientes pós-covid precisam de suporte para uso de oxigênio e medicação endovenosa ou para tratamentos de reabilitação, como fisioterapia e fonoaudiologia. No entanto, eles não representam o maior volume de pacientes que foram encaminhados para a Assistência Domiciliar nesse último ano.

De acordo com a médica Marta Simone Sousa, gerente da S.O.S. Vida de Aracaju, também há um movimento grande de pacientes não-Covid e que possuem outras enfermidades, como câncer, doenças neurológicas e degenerativas.

“Antes essas pessoas poderiam ter o tratamento todo concluído no hospital, mas com a falta de leito e risco de contaminação pelo coronavírus, elas estão sendo desospitalizadas com maior precocidade para terminar a assistência em casa”, pontua.

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Além da desospitalização, as empresas de home care também estão atuando no atendimento de quem nem chegou a ser internado.

“Temos alguns casos, onde o médico que acompanha o paciente ambulatorialmente ou no domicílio, identifica a possibilidade de iniciar o tratamento em home care e nos aciona para iniciarmos a assistência, evitando que ele seja exposto ao ambiente de uma unidade hospitalar”, acrescenta a médica.

Para atender essa demanda crescente, a S.O.S. Vida otimizou seus processos, criou protocolos, intensificou treinamentos, adquiriu novos equipamentos e mobiliário.  Outra ação que se fez necessária foi a otimizar a disponibilidade de coletas laboratoriais para diagnósticos.

“Foram medidas importantes para dar o suporte para avaliação inicial do paciente, dando sequência ao atendimento com agilidade e segurança, para o paciente, seus familiares e também para nossa equipe”, explica a médica Marta Simone Sousa.

Também foi criado um comitê de crise, que semanalmente se reúne para traçar estratégias para garantir a assistência e insumos para atender essa nova demanda.

“Nesse sentido, os serviços de home care estão cumprindo seu papel de atuar como parceiros do sistema de saúde, ofertando a assistência segura e multidisciplinar para um número maior de pacientes que precisam de cuidados de saúde, nesse momento dramático que estamos vivendo”, encerra Fernanda Gama.

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