9 de junho de 2021
Os riscos das novas variantes do coronavírus
As variantes do novo coronavírus apresentam uma ameaça ao controle da pandemia da Covid-19, pois, embora ainda não se saiba se essas novas cepas são mais letais, já se sabe que elas são mais transmissíveis.
Esse aspecto das novas variantes pode provocar um aumento repentino de novos casos, pondo em risco a estabilidade do sistema de saúde.
As mutações do vírus é um processo natural e já conhecido. Elas ocorrem principalmente quando há um descontrole na pandemia e os níveis de transmissão estão altos, como é o caso do Brasil.
Uma nova mutação não gera uma nova doença, mas produz uma nova variante do vírus, como explicou o infectologista da S.O.S. Vida, Dr. Matheus Todt, ao programa Jornal do Estado. Essas novas linhagens do vírus podem apresentar algumas características, com maior resistência, maior transmissibilidade ou letalidade superior.
“Não há uma doença diferente, e sim uma variante de um mesmo vírus, que pode ter um comportamento mais infectivo, ‘pegando’ mais pessoas”, explica Dr. Matheus.
Intensificando as estratégias de enfrentamento
Diante disso, alguns municípios tentam criar estratégias para barrar a entrada de pessoas que estejam contaminadas com algumas das mutações.
Até o momento, a Organização Mundial da Saúde classificou quatro linhagens como variante de preocupação: a B1617, identificada pela primeira vez na Índia; a P1, a variante de Manaus; a B117, variante do Reino Unido e a B1351, identificada na África do Sul. Uma das maiores preocupações no momento é evitar a circulação comunitária da variante indiana (B1617), o que pode provar um aumento significativo no número de casos.
“[…] o impacto que a gente pode ter com o aparecimento dessa variante no Brasil, principalmente se ela se tornar de transmissão comunitária, é que poderá haver um aumento no número de casos de forma mais rápida, como foi visto, por exemplo, na Índia nos últimos meses”, explica.
Nesse sentido, é necessário manter a medidas de proteção, como o uso de máscara e o distanciamento social, inclusive aquelas pessoas que já receberam as duas doses da vacina, pois, embora estejam imunizadas, ainda não há conhecimento se as vacinas são eficazes contra todas as variantes e, mesmo que sejam, pessoas imunizadas ainda podem transmitir o vírus, podendo contribuir com a circulação do vírus, visto que a maioria da população ainda não obteve acesso à vacina.