27 de agosto de 2021
Cuidados para evitar a queda de idosos | TV Aratu
Embora em muitos casos um episódio de queda não ocasione danos sérios, em outros as consequências podem ser graves ou até mesmo ocasionar o óbito, como os que envolvem pessoas idosas.
Com o avançar da idade, o corpo humano passa a dar sinais de enfraquecimento e desgaste. Essas ocorrências variam de indivíduo para indivíduo, porém, de modo geral, todas as pessoas vivenciam ou vivenciarão esse processo.
Numa situação de queda, quanto mais forte for o corpo, menor será o risco de lesão. Por isso, quando se trata de pessoas idosas, acidentes como esse podem apresentar um risco maior à integridade física e a vida do que na população mais jovem.
As quedas estão entre as principais causas de óbito na terceira idade por uma série de fatores. O envelhecimento provoca alterações no corpo humano, favorecendo as quedas que, por sua vez, podem ser fatais. Esse tema foi abordado no programa Cidade Aratu (TV Aratu/SBT), que teve participação da geriatra da S.O.S. Vida, Dra. Fernanda Reis.
“O envelhecimento por si só traz alterações fisiológicas para o corpo humano, como a perda de massa muscular, perda de massa óssea, alterações visuais e piora da nossa coordenação, fatores esses que favorecem a queda, por isso é tão comum nos idosos. Uma consequência muito comum é a fratura de fêmur, um evento único que pode desencadear uma cascata de novos eventos, como hospitalização, cirurgias, idas as UTIs, assim como o próprio óbito”, explica Dra. Fernanda Reis.
Assista a matéria completa.
Adotando medidas preventivas
Embora não seja possível impedir as mudanças fisiológicas, é possível e recomendado tomar medidas preventivas contra as quedas, especialmente no ambiente domiciliar. Com as restrições de locomoção necessárias para o controle da pandemia, houve um prolongamento do tempo de permanência no domicílio, o que pode ter aumentado os riscos de quedas.
“Ter um ambiente sempre iluminado, acentos mais elevados que favoreçam o idoso a levantar, evitar o uso de tapetes e, caso use o tapete, que seja antiderrapante, uso do corrimão, além de sapatos fechados e com solado de borracha – e usá-los no próprio domicílio, local que ocorre maior evento de quedas para essa faixa etária”.
Foram algumas dessas medidas que passaram a ser adotadas por Litiane, para que a sua mãe, Nara, pudesse ter mais conforto e segurança no domicílio em que vivem. Na entrevista, Litiane conta que removeu os móveis baixos da casa, além de remover objetos que pudessem obstruir o caminho, como mesa de centro, tapetes e fios. O banheiro também passou por mudanças estruturais, recebendo barras de apoio que oferecem mais equilíbrio a sua mãe, o que reduz ainda mais os riscos.
Exercícios físicos e prevenção
Em paralelo a essas medidas, a prática de atividades físicas que promovam a coordenação, equilíbrio e ganho de massa muscular também são importantes aliadas na prevenção de episódios de queda, uma vez que elas favorecem o fortalecimento de fatores ligados a integridade física. Estudos recentes apresentaram uma redução de 21% no risco de queda em idosos que praticam exercícios físicos.
A médica recomenda que seja investigado todo evento de queda que ocorrer, pois, poderá ser um indício de fragilidade, além de poder ser, também, indicativo de uma nova doença, como a doença de Parkinson.
“Caso ocorra uma queda grave, caracterizada como perda da consciência, dor intensa, náusea, vômitos, o familiar deve levar o idoso de imediato ao hospital para uma maior investigação e tratamento”.
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Recuperação pós-queda
Ao contrário do que se possa pensar, a queda de uma pessoa idosa pode gerar mais do que repercussões físicas no indivíduo, podendo ocasionar traumas emocionais, como a ptofobia (medo de assumir a postura em pé ou andar), que é o medo de cair. A geriatra explica que, em casos como esse, é possível que o idoso acabe se isolando ou até mesmo ficando acamado.
Assim, o processo de recuperação pós-queda deve considerar as diferentes dimensões do indivíduo, compreendendo desde a fisioterapia até a psicologia.
“[…] uma reabilitação, como ocorre no home care, é essencial: um fisioterapeuta que trabalhe com a parte muscular, um nutricionista que trabalhe com uma nutrição rica em proteína, visando o ganho de massa, e um psicólogo que trabalhe com o medo de cair, evento comum depois do primeiro episódio de queda”.
A médica defende que essas medidas estejam em constante discussão na sociedade, como forma de assegurar uma melhor autonomia e qualidade de vida para a população idosa.