11 de maio de 2021
A importância das vacinas contra a Influenza e o Coronavírus
Com frequência anual, a vacinação contra influenza (vírus causador da gripe) de 2021 ocorre em conjunto com a vacinação contra a Covid-19. Ambas são essenciais, pois proporcionam proteção contra doenças virais transmissíveis.
Após mais de um ano de enfretamento a pandemia da Covid-19, o Brasil começou sua campanha de vacinação que, apesar de contar ainda com doses limitadas do imunizante, sinaliza um avanço no processo de superação da crise sanitária.
O caminho até uma imunização completa da população é longo e requer esforço das autoridades públicas para conseguir as doses necessárias para vacinar todos os brasileiros. Requer, também, atenção e cuidado daqueles que forem recebendo o imunizante, pois é imprescindível seguir todo o esquema vacinal para que uma proteção completa seja conferida.
Durante o estudo de desenvolvimento do imunizante é que é estabelecido quantas doses serão necessárias, qual o intervalo entre as aplicações de cada uma delas e quanto tempo após a segunda dose o indivíduo estará imunizado. Esse ciclo é chamado de esquema vacinal e precisa ser seguido à risca. No Brasil, até o momento as únicas vacinas disponíveis são a Coronavac e AstraZeneca/Oxford, ambas possuem um esquema vacinal que requer duas doses para oferecer proteção completa.
Leia também: Covid-19: Não abandone a segunda dose da vacina
Coronavírus e Influenza
Embora já se conheça a eficácia e a segurança das vacinas disponíveis aprovadas, ainda não se tem certeza quanto ao tempo de duração da imunização proporcionadas por elas. Existe a possibilidade de que a vacinação contra a Covid-19 seja anual, como é o caso de outras doenças virais, a exemplo da gripe causada pelo vírus influenza.
Anualmente o país disponibiliza a vacina contra o vírus influenza e isso ocorre também esse ano. A diferença se dá devido ao cenário da crise sanitária causada pelo coronavírus.
Contudo, essa mesma diferença reforça a importância dessa vacinação, isso porque estar protegido contra o vírus influenza reduz a possibilidade de co-infecção, que é a infecção pelo coronavírus e influenza ao mesmo tempo, o que pode aumentar o risco de óbito.
A vacina contra gripe só protege contra o vírus Influenza (causador da gripe), não sendo capaz de proteger contra nenhum sorotipo do Coronavírus.
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Apesar da vacinação contra gripe não proteger contra a COVID-19, ela protege contra formas graves de gripe e reduz uma sobrecarga ainda maior do sistema de saúde, explica Dr. Matheus Todt, infectologista da S.O.S. Vida.
Outro fator que reforça a necessidade da vacina é a alta ocupação de leitos hospitalares. No cenário atual, uma pessoa que precisar de atendimento médico-hospitalar tem mais de dificuldades de receber essa assistência. Além disso, caso a pessoa não esteja contaminada pela Covid-19, ela irá se expor ainda mais ao vírus ao visitar uma unidade de saúde em busca de atendimento, o que aumenta as chances de contaminação.
Alerta aos idosos
Se a vacina é importante para todos, ela é ainda mais para a população idosa. Isso porque, o envelhecimento promove um enfraquecimento natural do sistema imunológico.
A partir dos 60 anos, há uma redução dos anticorpos adquiridos ao longo da vida, por conta de um declínio no sistema imunológico que é conhecido como imunossenescência.
“Com a queda na imunidade, os idosos ficam mais suscetíveis a infecções, principalmente a forma mais grave da doença. Por isso, a importância de manter o cartão vacinal atualizado para aumentar a imunidade e diminuir as chances de ter essa doença”, explica a geriatra da S.O.S. Vida Luana Brandão.
Como as doenças respiratórias estão entre as principais causas de morte dessa população, é de extrema importância se vacinar para estar protegido, ainda mais em se tratando da Covid-19 e das síndromes gripais, que são doenças respiratórias. Porém, estar com todo o cartão de vacina em dia é importante.
Ouça a entrevista completa: Geriatra alerta para a importância de cumprir o calendário vacinal dos idosos | Rádio Excelsior
Como receber ambas as vacinas?
Por ainda não existirem estudos que garanta a segurança da aplicação das duas vacinas (Covid-19 e Influenza) em um espaço muito curto de tempo, a recomendação é que a aplicação de outra vacina ocorra após o intervalo de duas semanas (14 dias).
“Aconselha-se o intervalo de 2 semanas entre as vacinas para evitar que haja a somação dos efeitos colaterais, o que, apesar de não ser grave, pode ser incômodo para o paciente“, explica o infectologista Matheus Todt.
A vacina ainda não está disponível para todos os públicos, portanto é necessário observar o calendário de vacinação para saber se você se enquadra em algum dos grupos.
Vacinação da Gripe 2021
O Ministério da Saúde iniciou a campanha nacional de vacinação contra a gripe em 2021 no dia 12/04, com expectativa de vacinar 80 milhões de pessoas através do SUS.
Os municípios têm autonomia para definir o cronograma de vacinação, de acordo com os grupos prioritários:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Gestantes;
- Puérperas;
- Povos indígenas;
- Trabalhadores de saúde;
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Professores;
- Portadores de doenças crônicas não transmissíveis;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Forças de segurança, de salvamento e armadas;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores do transporte coletivo de passageiros;
- Funcionários trabalhando em prisões e unidades de internação;
- Adolescentes cumprindo medidas socioeducativas em unidades de internação;
- População privada de liberdade.
Gripe x Covid-19: Entendendo os sintomas
Na maioria dos casos de infecção por coronavírus, os sintomas são semelhantes aos apresentados em gripes e resfriados, o que pode gerar certa confusão, levando algumas pessoas a procurar unidades de atendimento médico sem que, de fato, seja preciso.
Para esclarecer sobre esse tema, o médico infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, falou sobre “Gripe, Resfriado e Covid-19: Sintomas e Cuidados”, durante a Semana do Cuidado na Atenção Domiciliar.