17 de abril de 2021
Mesmo vacinados, idosos devem manter medidas de prevenção ao novo coronavírus
A vacinação dos idosos traz alívio e muita esperança, porém isso não significa que já seja possível deixar as medidas de prevenção de lado nesse momento.
O infectologista Matheus Todt participou do programa Bom dia Sergipe (TV Globo), com o apresentador Lyderwan Santos, onde tirou dúvidas sobre a vacinação e destacou a importância de manter atento aos cuidados de prevenção.
“O fato de vacinarmos individualmente, uma pequena parcela da população, não garante que a gente consegue controlar a circulação do vírus. Até que se prove que o vírus e a pandemia estão sob controle, é imprescindível que sejam mantidas as medidas de segurança: evitar aglomerações distanciamento social, usar máscara e higiene das mãos”, alerta o infectologista.
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Imunização imediata?
O começo da vacinação é com certeza um grande avanço no combate à pandemia. O processo se inicia pelos profissionais de saúde, linha de frente do combate, e pelos idosos.
Os idosos sempre foram considerados um dos principais grupos de risco, demandando cuidados redobrados, o que significou muito mais restrições para esse público, trazendo efeitos físicos e psicológicos.
Entretanto, é precipitado relaxar os cuidados nesse momento, pois os efeitos da imunização não são imediatos e, mesmo após a segunda dose, a imunização e controle da pandemia vai depender da vacinação de um grupo maior da população.
Dr. Matheus destaca dois pontos importantes que precisam ser considerados.
“Primeiro, a imunidade não é adquirida imediatamente, leva um tempo, algo em torno de duas semanas. Se consideramos a Coronavac, segundo os protocolos de estudos do Butantã e da Sinovac, temos uma imunização em um nível ótimo 15 dias após a segunda dose, que é aplicada 28 dias após a primeira dose. Então temos pelo menos 45 dias para adquirirmos a imunidade para o Sars-CoV-2.
Em segundo lugar, precisamos da imunização em massa. Estima-se que 70% da população precisa estar vacinada para tanto, e alguns autores acreditam que um percentual maior seja necessário”, pontua o médico.
Israel é exemplo citado pelo médico. Atualmente é o país com maior número de vacinados contra a Covid-19 – algo em torno de 40% da população – e apesar de começarem a perceber o resultado positivo como a queda das infecções e internações, não reduziram as medidas de proteção.
Imunização x Transmissão
Outro alerta importante trazido pelo infectologista é que mesmo imunizada a pessoa pode ser capaz de transmitir o vírus.
“Se você está imunizado significa que tem anticorpos, o vírus vai entrar em você mas não vai causar doença. Porém, pode ser – e isso é uma conjectura – que o organismo possa debelar o vírus, mas que você continue transmitindo o vírus por um tempo.
É importantíssimo saber que a gente está começando a vacinação agora e essa é uma medida super positiva que vai controlar a pandemia, mas precisaremos de algum tempo. É errôneo pensar que, pelo fato de já ter sido vacinado significa que pode sair sem máscara. O momento ainda demanda muita cautela”.
Idosos devem manter o alerta
Lyderwan comenta sobre os idosos, citando que alguns são mais independentes, porém existem outras pessoas que estão mais fragilizadas, que precisam do apoio da família e cuidadores. Essas pessoas que convivem com idosos, mesmo estando vacinados, precisam respeitar as medidas de segurança para não colocar a saúde dos idosos em risco.
“É preciso lembrar que o vírus não vem pela janela, ele precisa de um carregador. E esse carregador somos nós mesmos. Podemos transmitir o vírus pela superfície corporal ou até mesmo contrair o vírus, manter-se assintomático e transmiti-lo. Somos responsáveis pelas pessoas mais vulneráveis em casa, não podemos ser descuidados. A pessoa vulnerável pode morrer por conta disso”, lembra Dr. Matheus Todt.
Os riscos das fake news
Lyderwan Santos aborda as fake News relacionadas a vacinação dos idosos, citando boatos que as vacinas trazem efeitos colaterais entre outros. O apresentador ressalta que essa é uma atitude criminosa, que pode trazer prejuízos enormes para o processo.
“Se houvesse riscos, essas vacinas não seriam aplicadas. Primeiro, porque essa medida iria lotar mais os hospitais, e segundo, as grandes empresas envolvidas na fabricação seriam processadas.
Todas elas são seguras e todas elas são capazes de fazer o mais importante: evitar as formas graves da doença e os óbitos. Ao não tomar a vacina, você está assumindo os riscos e expondo pessoas mais vulneráveis ao risco”, defende o infectologista.