17 de abril de 2021
SUS amplia atendimento domiciliar com investimento de R$ 1 bilhão
Diretores da S.O.S. Vida destacam a importância da iniciativa para melhorar a assistência aos usuários da rede pública
O governo federal vai investir R$ 1 bilhão para ampliar o atendimento domiciliar através do Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio foi feito pela presidente Dilma Rousseff durante o lançamento do programa “Melhor em Casa”, no último dia 8 de novembro. A meta do governo é que o programa tenha, até 2014, mil equipes de internação domiciliar e 400 de apoio em todo o território brasileiro.
A medida visa contribuir para a diminuição da ocupação de leitos hospitalares. Segundo dados do IBGE de 2010 houve uma redução, nos últimos 10 anos, de mais de 62 mil leitos nos hospitais privados. “Com esse cenário, a chamada ‘desospitalização’ será uma alternativa para equilibrar a procura por leitos e também para a otimização dos recursos. Isso vai reduzir a média de permanência dos pacientes no ambiente hospitalar e o consequente aumento do numero de leitos hospitalares oferecidos à comunidade, indispensáveis em casos cirúrgicos, quadros clínicos agudos ou de maior gravidade”, afirma o médico e diretor-presidente da S.O.S. Vida, Dr. José Espiño, lembrando que o aumento da longevidade da população no mundo, a cura de muitas enfermidades e também o convívio prolongado com doenças crônicas, devido aos avanços da medicina, aumentaram o tempo de permanência dessas internações.
Mas Dr. José Espiño alerta que essa desospitalização precisa ser feita obedecendo alguns cuidados. “Deve ser segura, contando com recursos humanos, como uma equipe multidisciplinar capacitada, desenvolvimento de uma boa logística e procedimentos operacionais padrões que garantam uma transição segura”, diz.
Já para o diretor executivo da S.O.S. Vida, Edmundo Ribeiro, o programa “Melhor em Casa” reflete os esforços do governo federal para a melhoria do gerenciamento do setor da saúde pública. “É preciso investir e desenvolver uma boa gestão para alcançarmos uma saúde de qualidade”, afirmou.
O diretor citou a Emenda Constitucional nº 29, que criou regras para os investimentos públicos na área da saúde. “No que se refere ao SUS, o nível de satisfação da população é muito baixo. Para se ter uma ideia, o Brasil precisaria investir, nos próximos dois anos, um montante de R$ 45 bilhões, além dos R$ 70 bilhões investidos anualmente, para alcançar países como Argentina e Chile, no que se refere à saúde pública. Ainda assim, não seria o ideal”, ponderou.
Por outro lado, Edmundo destacou que o setor privado realiza investimentos da ordem de R$ 150 bilhões. “Isso revela a disparidade entre a saúde pública e particular”, disse. Segundo Edmundo, a S.O.S. Vida, apesar de atuar no setor privado, pode contribuir com o aprimoramento do projeto. “Estamos sempre dispostos a prestar serviço na área pública, principalmente, na transmissão de conhecimento”, apontou. Um exemplo dessa presença da empresa em assuntos de interesse público está na isenção de parte da tarifa de energia para indivíduos que estão em internação domiciliar e que necessitam utilizar aparelhos que consomem energia elétrica. “A Bahia tem uma regra fiscal, cumprida pelo Grupo Neoenergia, que determina a isenção de parte da tarifa nesses casos. A S.O.S. Vida participou ativamente das discussões para que essa regra fosse desenvolvida e aprovada”, lembra o diretor.
Finalizado, Edmundo parafraseou o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha: “A saúde tem que ter obsessão pela qualidade. E é nisso que acreditamos”.