14 de outubro de 2021
Mortes por Covid caem na Bahia, mas cenário ainda exige cuidados
Embora os números de contaminação e mortes por Covid-19 na Bahia ainda não indiquem que se pode falar em fim da pandemia.
Os dados vão caindo no estado, mesmo com o avanço da variante Delta no estado – com 135 contaminações e duas mortes, segundo dados divulgados no dia 9/10 pelo Governo do Estado.
Desde julho tem se observado na Bahia uma queda dos óbitos em função do novo coronavírus. Entre os dias 6 de junho e 6 de julho, por exemplo, foram registradas 2.679 mortes e, no mesmo intervalo de setembro a outubro, o número caiu para 319, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
A redução das mortes vem acompanhada da queda nas infecções. Entre os dias 6 de junho e 6 de julho, 106 mil novas casos foram registradas pela Sesab. Já entre 6 de setembro e 6 de outubro foram 12 mil novas infecções.
Em relação ao número de casos ativos, no dia 6 de junho, 14 mil pessoas na Bahia estavam com a doença, número que caiu para 11 mil no dia 6 de julho, 4 mil em agosto, 2,6 mil em setembro. Em outubro, porém o número praticamente se manteve – 2,5 mil. Para o infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, isso é um sinal de que a transmissão da Covid segue em alta e ainda são necessários cuidados.
“A tendência da pandemia é perder força e se tornar menos grave, mas como a queda de mortes é acentuada, nós atribuímos isso à vacinação, visto que as vacinas são mais eficazes justamente na redução e casos graves e mortes. A transmissão da doença ainda é alta, por isso o número de casos ativos, pois as vacinas têm menos efeito para deter a transmissão, sendo fundamentais para reduzir hospitalizações e óbitos”, explica.
Uma parte dessa contaminação pode estar sendo causada pela variante Delta, com alta de transmissão.
Houve redução também no número de internação de pacientes pela doença. No dia 6 de junho, 1.352 baianos estavam em UTI), número de 185 em 6 de outubro. Matheus salienta, porém que isso ainda não representa o fim da pandemia.
“Ainda temos uma alta transmissibilidade do vírus e isso é perigoso, pois num cenário que ele circula bastante, pode ser que sejam até geradas novas variantes. Eu arriscaria dizer que só no ano que vem poderemos viver sem restrição nenhuma, ainda tendo casos e mortes, porém já não em um cenário pandêmico”, aponta.
Todt sublinha ainda a importância da vacinação. “A vacina é eficaz para a Delta e todas as variantes que a gente conhece hoje, sendo a segurança de que chegaremos ao fim da pandemia”, diz o infectologista.
Mesmo com todos esses números positivos, os especialistas destacam que isso ainda não representa o fim da pandemia.
“Pelo contrário, como já disse, ainda temos uma alta transmissibilidade do vírus e isso é perigoso, pois num cenário que ele circula bastante, pode ser que sejam até geradas novas variantes. Eu arriscaria dizer que só no ano que vem poderemos viver sem restrição nenhuma, ainda tendo casos e mortes isolados, mas já não em um cenário pandêmico”, projeta Matheus Todt.
Jornal Correio
Para Matheus Todt conversou com o repórter Daniel Aloisio do Jornal Correio, onde alertou que esses dados podem ser um sinal de que a transmissão da covid ainda continua em alta no estado.
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Mantenha os cuidados para prevenção
O jornal Correio publicou um artigo da infectologista Monique Lírio que ressaltou a importância da manutenção dos cuidados, mesmo diante da redução dos casos de Covid-19.
Segundo a especialista, além da vacinação – mesmo entre as pessoas que já tomaram as duas doses de imunizantes – devemos continuar utilizando todas as estratégias disponíveis para reduzir a propagação do coronavírus.
Isso inclui o uso de máscaras, que é um importante aliado no sentido de evitar a transmissão entre as pessoas. A máscara evita que as pessoas contaminadas, espalhem o vírus e também é uma proteção para quem não está contaminado.
“Precisamos lembrar que as vacina, muito mais que o contágio, previnem as formas mais graves da Covid-19, logo, uma pessoa vacinada pode estar com o vírus sem sintoma. O uso de máscara é que vai reduzir a chance que ela contamine outras pessoas, que podem desenvolver as formas mais graves“, destaca Monique Lírio.
A higienização constante das mãos é um hábito que deve permanecer, além de evitar aglomerações, especialmente em ambientes onde os cuidados necessários não estão sendo tomados.
“Não podemos prever os próximos passos da pandemia, portanto precisamos manter a vigilância, confiar na ciência e cuidar das pessoas ao nosso redor”, finaliza a infectologista.