17 de abril de 2021
Presidente do Conselho da Anahp destaca a importância da ética para o setor de saúde
O Brasil vive um momento delicado, com denúncias de escândalos e corrupção e o setor de saúde precisa estar fortalecido. Uma das saídas é agir com foco em compliance e sustentabilidade, tema da palestra do médico Francisco Balestrin, presidente do Conselho da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) na III JONAD (Jornada Nacional de Atenção Domiciliar), que será realizada no dia 26 de maio, a partir das 8h30, no Hotel Sheraton, em Salvador. Promovido pela S.O.S. Vida, o evento terá especialistas de todo o Brasil debatendo temas relevantes para o setor.
O termo compliance é de origem inglesa e significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, ou seja, estar em compliance é agir em conformidade com leis e regulamentos externos e internos.
Segundo Balestrin, compliance e sustentabilidade são elementos básicos que devem nortear todos os elos da cadeia e a Anahp prima e tem um importante papel de estimular iniciativas nesse sentido. “Em 2016, o principal tema de discussão da Associação foi a ética e uma série de movimentos neste sentido foram realizados – como a criação de um comitê estratégico de compliance, pesquisa de ética e integridade entre nossos membros”, destaca o médico, lembrando ainda que a Anahp é uma apoiadora e integrante do Instituto Ética Saúde.
Em 2017, as iniciativas neste sentido continuam a ser desenvolvidas pela Anahp, de acordo com Balestrin, que enxerga um ano desafiador para o setor de saúde. “Não só em razão da lenta recuperação econômica, mas também por outros assuntos que estão na pauta como a Reforma Tributária, que pode ter efeitos negativos ao setor de saúde, apesar de entendermos que essa reforma é de suma importância para o País”.
Por outro lado, o médico destaca que, mesmo com a crise, o segmento de saúde apresentou alguns dados que, se comparado aos outros setores, podem ser classificados como positivos. “Por exemplo, foi um dos poucos que gerou emprego aos profissionais de saúde e abriu vagas, mesmo no período de crise, apesar da quantidade ter sido bem menor se comparado aos anos anteriores”.
Mudança de perfil clínico
Sobre a Atenção Domiciliar, o médico ressalta que o modelo de Home Care tem crescido não só no Brasil, mas globalmente e uma das razões é a mudança de perfil clínico e epidemiológico dos pacientes e também o envelhecimento da população. “As vantagens da atenção domiciliar são muitas, além do bem-estar do paciente, há grande impacto na gestão das instituições hospitalares, com melhor administração dos leitos – que são liberados para os pacientes agudos, complexos e críticos –, proporcionando menor tempo de permanência dos pacientes e redução de custos”.
Balestrin ressalta ainda que esse modelo proporciona uma maior adesão a programas de prevenção de agravos clínicos e de promoção da saúde. Destacam-se ainda, segundo ele, a diminuição do risco de infecção hospitalar, a humanização do cuidado, a sensação de bem-estar e segurança proporcionados pelo ambiente familiar e seu impacto na recuperação dos pacientes.