17 de abril de 2021
Pediatria em Home Care: um olhar humanizado
Equipe multidisciplinar da S.O.S. Vida garante um tratamento personalizado no domicílio para o público infanto-juvenil.
Lidar com criança adoecida exige uma atenção especial da equipe de saúde, que precisa enfrentar não só os desafios da própria enfermidade, mas também acolher os pais, com suas incertezas e inseguranças.
A S.O.S. Vida possui uma equipe multidisciplinar especializada no cuidado pediátrico, formada por médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e nutricionistas.
Segundo explica a coordenadora do serviço na Bahia, a pediatra Morgana Porto, a empresa investe em treinamento para que a equipe multidisciplinar esteja constantemente atualizada.
“Além da parte técnica, existe um olhar humanizado para assistir às crianças e adolescentes”, destaca a médica, acrescentando que é um público diferenciado, que requer um tratamento especial.
Ela ressalta ainda que geralmente as crianças vítimas de algum trauma ou evento agudo respondem muito bem ao tratamento, com grandes chances de reabilitação e até de alta.
Dra. Morgana Porto cita o exemplo de uma paciente que foi vítima de bala perdida e chegou para o Home Care com ventilação mecânica contínua e fazendo uso de gastrostomia.
“Hoje ela se alimenta por via oral, sai para passear com os familiares e atualmente estamos trabalhando para o desmame do ventilador, junto com a equipe de fisioterapia e apoio da psicologia. O objetivo é dar qualidade de vida à paciente, trazendo ela o mais próximo possível de uma vida normal”.
A maioria das crianças internadas em Home Care têm sequelas neurológicas, seja devido a uma síndrome genética, eventos agudos ou por outras doenças adquiridas.
PROCEDIMENTOS E ALINHAMENTOS
A equipe de Pediatria debate os casos constantemente, além de realizar uma reunião mensal, abordando todos os pacientes em atendimento domiciliar.
Antes da internação, é feito um alinhamento com a família, no qual é explicado que Home Care não é um hospital em casa, mas uma assistência domiciliar em saúde com responsabilidade compartilhada.
“Mostramos como funciona o serviço, o papel da família e do cuidador, que terão profissionais entrando e saindo da casa tirando um pouco da privacidade do lar e explicamos, sobretudo, a segurança do trabalho, acolhendo a família e nos colocando inteiramente à disposição”.
A médica ressalta que essa abordagem faz com que os pais fiquem mais seguros e tranquilos.
“Além disso, a criança tem um olhar mais otimista para a vida quando está na sua casa, com a perspectiva de melhora da saúde, facilitando o tratamento”.
Dra. Morgana Porto lembra que levar a criança para o conforto do lar e tirá-la do hospital, é um desejo da família e um objetivo da empresa, por isso a equipe trabalha para treinar e dar competência ao cuidador para assistir o paciente de forma segura, vislumbrando também a alta do Home Care.
A médica acentua que desde o primeiro momento é explicado que o Home Care já começa pensando na alta.
“A ideia é treinar o pai e a mãe para cuidarem do filho ou mesmo treinar o cuidador que eles escolham para este papel”.
A faixa etária pediátrica para o primeiro atendimento na empresa é de 0 a 15 anos incompletos, porém um paciente que já é da equipe fica com a Pediatria até os 21 anos, quando passa para os profissionais que cuidam dos adultos.
“Ofertamos uma assistência acolhedora, qualificada e individualizada para que os nossos pacientes estejam no aconchego de seu lar cercados de carinho e atenção de seus familiares e com todo o respaldo técnico de nossa equipe”, concluiu a médica.
ELOGIOS À EQUIPE
Paciente da S.O.S. Vida em Aracaju, a adolescente Giuliana Félix, de 14 anos, diz que gosta da equipe multiprofissional que vai à sua casa. Além do atendimento médico, ela conta que os profissionais conversam com ela sobre vários assuntos, tornando a visita bem mais agradável.
A mãe da jovem, Luciana Nascimento Félix, gosta tanto da atenção que a filha recebe que já está temendo o dia em que a filha passar para o atendimento de adultos.
“Atenção, sensibilidade e dedicação são alguns atributos da equipe”, destaca Luciana, reforçando que os profissionais têm um carinho grande pela família. “Para mim isso é fundamental”.
Luciana dá um exemplo dessa atenção. No final do ano passado, Giuliana (que tem neuromielite óptica, doença que paralisa os movimentos do corpo) fez um exame de sangue e deu alteração nos leucócitos.
Como era véspera de feriado, ficou apreensiva e entrou imediatamente em contato com a S.O.S. Vida. O médico de plantão passou um medicamento no mesmo dia e Giuliana começou a ser monitorada. Depois do final de semana, repetiu o exame e a hemoglobina estava normalizada, com a infecção controlada.
HOME CARE NÃO É UM HOSPITAL EM CASA
A médica pediatra Paula Azi, que trabalha no Hospital São Rafael, em Salvador, diz que somente casos bem específicos em pediatria são indicados para Home Care.
Os casos mais comuns nessa especialidade são de pacientes com doenças crônicas, geralmente com problema neurológico ou com necessidade de suporte de fisioterapia ou equipamentos de ventilação mecânica.
Sobre a adaptação ao Home Care, a médica diz que depende de cada caso. Ela lembra que a transferência de um paciente do hospital para a residência exige uma adaptação da família a essa nova realidade, pois é um modelo bem diferente do hospital.
A médica defende que essa transferência seja feita de forma segura e com a família consciente e preparada para todo o processo que envolve a internação domiciliar.
“Vale destacar que o Home Care não é um hospital em casa, mas a residência adaptada às necessidades especiais e individualizada a cada um que necessita desse serviço.”