17 de abril de 2021

O que precisamos evitar na quarentena? | IBahia

O distanciamento social é a principal medida para reduzirmos a propagação da Covid-19, porém não significa que seja uma medida simples.

A quebra da rotina e a redução do contato com a família, amigos e colegas traz desafios e, algumas vezes, somos tentados a realizar aquelas “saidinhas”, que podem parecer inocentes, mas trazem grandes riscos.

repórter Lívia Oliveira, do IBahia, conversou com Matheus Todt, infectologista da S.O.S. Vida, sobre os riscos de sair de casa ou receber visitas nessa fase da pandemia.

Ainda não é possível prever quando será totalmente seguro sair e retomar as atividades rotineiras. Então, mesmo que aconteça flexibilização das medidas de restrição de circulação, se puder, evite sair de casa. A forma mais eficiente de evitar a contaminação e a disseminação do vírus é ficando em casa”, explicou o médico.

Infectologista Matheus Todt

Confira a entrevista completa.


Dias ensolarados, datas comemorativas, tédio e até a saudade dos familiares e amigos têm tornado difícil a missão de ficar em casa. Mas, com os números cada vez maiores de casos do novo coronavírus e de mortes em todo Brasil, é preciso repensar as “saidinhas” e os riscos de disseminação da doença que elas provocam.

Pensando nisso, o iBahia conversou com o infectologista Matheus Todt, da S.O.S Vida de Aracajú, sobre o que não fazer na quarentena.

Antes de falar sobre o que não deve ser feito durante o isolamento social, é importante ressaltar que a transmissão pode ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo (toque ou aperto de mão com pessoa infectada) e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Para evitar o contágio e transmissão do novo coronavírus, o médico Matheus Todt alerta para a importância de manter os hábitos de higiene pessoal (lavar as mãos corretamente e usar álcool em gel) e dos ambientes, fazer o uso correto da máscara e evitar aglomerações e locais de alta rotatividade de pessoas. Além disso, se precisar sair de casa, ao retornar, você deve tirar os sapatos logo na entrada, tomar banho e trocar a roupa.

A maioria dos casos de transmissão acontecem através de pessoas assintomáticas (que estão com o vírus, mas não apresentam sintomas da doença)”, alertou o infectologista.

Ou seja, uma pessoa pode ter Covid-19, não saber e nem apresenta sintomas, circular por locais comuns e transmitir o vírus, que outra pessoa pode pegar e acabar levado para um familiar ou vizinho que faz parte do grupo de risco (idosos e pessoas com comorbidades), com a possibilidade de ser fatal.

Diante disso, o iBahia com o auxílio do infectologista Matheus Todt listou seis situações que você deve evitar. Confira:

1- Dar uma volta no quarteirão ou no condomínio e fazer exercícios ao ar livre

De acordo com o infectologista, você até pode, por exemplo, sair para fazer uma caminhada usando máscara e mantendo a distância mínima recomendada, de 1,5 metro, porém o ideal é evitar. Afinal, você corre o risco ter contado com alguém ou alguma superfície contaminada no percurso (entrada e saída de casa, principalmente em casos de pessoas que moram em condomínios).

Vale ressaltar que o vírus pode permanecer em algumas superfícies, como plástico ou aço, por até três dias. Em casos de tecidos, pode chegar a quatro dias.

2- Receber visita de vizinhos, amigos e familiares

Não há como ter certeza de que você ou a outra pessoa não estão com Covid-19 e são assintomáticos. “Uma pessoa infectada pelo vírus pode transmitir o agente infeccioso para outras duas ou três pessoas”, acrescentou o médico.  Então, se você anda recebendo visitas pare com esse hábito. Quando quiser companhia para ver uma live ou conversar aposte nas chamadas de vídeo.

3- Viajar no fim de semana para a casa de veraneio ou sítio da família

Antes de viajar se faça alguns questionamentos: “eu realmente preciso fazer essa viagem?”, “posso ir de carro próprio?”, “não vou ter contato com pessoas externas as que eu convivo 24 horas?”, “não vou me expor a aglomerações?” e “não vou ter contato com superfícies e locais de grande circulação?”. Em caso de respostas afirmativas para todas as perguntas, você pode viajar. Mas, não esqueça das recomendações de proteção.

4- Visitinha rápida ao namorado (a)

Não adianta seguir a quarentena de segunda a sexta-feira e no final de semana sair para encontrar com o (a) parceiro (a). Os riscos de contágio no percurso são altas, assim como o de transmitir o vírus para familiares que moram com você e/ou vizinhos.

5- Frequentar salão de beleza ou espaços de estética

Independente de ser mediante hora marcada, esse tipo de saída não é aconselhável, porque são locais de grande rotatividade de pessoas e não há garantias de que o ambiente é higienizado adequadamente a cada atendimento. Além disso, não tem como ter certeza de que a dona do estabelecimento, a funcionária, a cliente antes e até mesmo você, não se enquadram no grupo de assintomáticos.

6- Idas ao hospital ou clínica de emergência

“O ideal é só procurar atendimento médico em hospitais e clínicas em casos de ameaça a vida ou de desconforto intolerável, porque ao ir nesses locais você pode se expor ao vírus e ainda sobrecarregar as unidades de saúde”, explicou Matheus.

E quando não tiver jeito?

Em caso de saídas para realização de atividades essenciais (supermercados, farmácias, bancos e lotéricas), o infectologista alerta para a importância de seguir as recomendações de prevenção adequadamente.

Matheus Todt também aconselhou ir nesses locais em horários mais vazios, não entrar em estabelecimentos com várias pessoas de uma só vez e evitar tocar em objetos e superfícies.

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