23 de fevereiro de 2023

Nutrição em Home Care

O desafio de adequar a alimentação do paciente à rotina da casa.

Quando se formou, em 2013, pela Universidade de Brasília, a nutricionista Keilla Lima Sirqueira, tinha a intenção de cuidar. Depois de passar por alguns hospitais, ela teve a oportunidade de realizar seu sonho atuando pela S.O.S. Vida, com nutrição em Home Care.

Ela passou da rotina sistêmica do hospital para um cuidado mais acolhedor, individualizado, que envolve a família. “Em casa a relação é mais afetuosa, vai além da medicação e da prescrição”, destaca a profissional, que está na empresa desde agosto do ano passado. Keilla diz que sua atual função dá mais satisfação do que no tempo que trabalhava em hospital: “Eu me formei para cuidar”.

Os pacientes de Home Care têm perfis variados, mas predominam os idosos, alguns usando sonda para se alimentar. Esse público tem algumas particularidades que o nutricionista precisa considerar antes de definir a dieta. No caso de Brasília, que possui muitas pessoas oriundas do Nordeste, os idosos trazem essa influência, uma cultura alimentar arraigada e difícil de ser modificada. “Essa referência dá para ver nas feiras livres e no comercio de rua”.  

No caso de pacientes que fazem uso de sonda, o nutricionista precisa avaliar como era sua alimentação no hospital e definir uma nova dieta no Home Care. Já para aqueles que se alimentam por via oral, o profissional leva em consideração a rotina da casa. Se ele acorda, por exemplo, 10h, o seu café da manhã tem que ser mais leve para não interferir no almoço. Alguns trocam o dia pela noite e a alimentação precisa considerar também esse aspecto.

É tudo muito individualizado. Keilla destaca que antes de definir a dieta conversa com a família e com o paciente, mesmo que ele tenha algum grau de comprometimento “Algumas famílias têm um cuidador ou técnico que acompanha o paciente há muito tempo e sabe das preferências dele. A memória do olfato e do paladar são muito importantes para aqueles pacientes que têm dificuldade de se alimentar”, destaca a especialista, enfatizando que o ato de se alimentar envolve vários aspectos afetivos, sociais e psicológicos do paciente e que cabe ao nutricionista estar atento a esses sinais para oferecer as melhores soluções.

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