17 de abril de 2021
Lesões de pele por pressão: fatores de risco e tratamentos
Em 2018, cerca de 20 mil pacientes apresentaram feridas na pele causadas por lesão por pressão no Brasil.
As lesões de pele ocasionadas por pressão estão entre as principais complicações que podem acometer pacientes acamados. Para diminuir o número de ocorrências relacionadas a esse tipo de lesão e garantir um maior conforto aos seus pacientes, a S.O.S. Vida instituiu o Programa de Prevenção de Lesões de Pele, que tem como coordenadora a enfermeira Ana Gonzaga.
Em sua participação no programa de rádio “Manhã Excelsior”, Ana Gonzaga pôde explicar um pouco sobre o trabalho desenvolvido na S.O.S. Vida.
“A maioria dos nossos pacientes são acamados e têm fatores de risco elevado para a abertura de lesão, então percebemos que precisaríamos de um cuidado melhor com esses pacientes. Montamos uma campanha chamada ‘Amigos da Pele’, onde, entre outras ações, realizamos visitas aos domicílios para pontuar os fatores de risco para abertura de lesão por pressão. No domicílio, convidamos o cuidador, o familiar e o profissional que presta serviço para identificar esses fatores.”
LESÃO POR PRESSÃO OU ÚLCERA POR PRESSÃO
A lesão por pressão ocorre quando existe a pressão do osso e uma superfície externa sobre a pele por longos períodos, causando a interrupção no fluxo sanguíneo no local.
Também conhecidas como úlceras por pressão, as lesões começam de maneira superficial, mas podem evoluir para feridas com maior comprometimento tecidual, trazendo graves consequências para a saúde do paciente, estando sujeitos inclusive a infecções, que podem levar a morte.
Vermelhidão, bolhas ou escoriações podem estar sinalizando inicio de lesões. Esses sinais provocam desconforto e dor ao paciente, demandando assim atenção e cuidados para prevenir a evolução do ferimento
PREVENÇÃO E CUIDADOS
Para manter a integridade e prevenir essas lesões, alguns cuidados são essenciais, como uso de hidratantes adequados. A coordenador explica que os hidrantes ideais para prevenção de lesões, são os que não possuem álcool em sua composição e, que sejam a base de Vitamina A e E.
“As vitaminas A e E, são capazes de reter água na pele, e com isso manter a elasticidade e turgor do tecido”, explica a profissional.
Embora acamados, é importante que o paciente não permaneça por muito tempo na mesma posição, pois isso prejudica a circulação sanguínea, provocando uma alteração no tecido, tornando a região afetada mais propícia para o aparecimento de lesões. Ana Claudia explica que o ideal é que seja feita a mudança de decúbito (reposicionamento corporal), a cada 2 horas. Em casos onde o paciente não suporta permanecer na mesma posição por esse período, aconselha-se fazer descompressões em locais onde há proeminência óssea, com o uso de coxins e pequenos travesseiros.
Outros cuidados também precisam ser adotados, para que o conforto do paciente possa ser garantido.
“Além da hidratação da pele, é imprescindível que seja feita uma boa alimentação – rica em zinco e proteínas – para que a gente construa o colágeno ideal para o tecido. Outro fator importante é o colchão que utilizamos. Hoje nós temos os colchões pneumáticos e também os colchões piramidais, mais conhecidos como colchões caixa de ovo, que também são importantes para prevenção”, finaliza Ana Gonzaga.