21 de março de 2023
Infecções respiratórias estão entre as principais causas de internamentos em UTI pediátrica.
Pediatra da filial de Aracaju da S.O.S. Vida dá dicas de prevenção para essa faixa etária.
As infecções respiratórias estão entre as principais causas de internamentos de crianças em UTI. Quem afirma é a pediatra Teresa Zavaris Nobre Gaujac, médica com pós-graduação em UTI pediátrica e neonatal que recentemente assumiu a liderança de pediatria da S.O.S. Vida em Aracaju. Um dos motivos que explica o grande número de internamentos em unidades intensivas nessa faixa etária é a exposição a diversos vírus em escolas, creches e berçários. Outro fator é a própria idade, pois a criança ainda está desenvolvendo o sistema imunológico e por isso é mais suscetível a esses quadros respiratórios.
A pediatra lembra que algumas infecções são esperadas para crianças em seus primeiros anos de vida, quando estão expostas a ambientes coletivos, como escolas e creches. Os pais são orientados sobre a elevada frequência de infecções respiratórias nesse período, podendo atingir seis ou mais episódios ao ano, estimadamente. Esses quadros se apresentam de forma variada, com sintomas leves e autolimitados, em maioria, até episódios mais graves com necessidade de maior atenção.
Para prevenir, a médica destaca a importância de higienizar as mãos dos pequenos, mesmo entendendo que não é fácil manter esse hábito em crianças tão pequenas. O uso de máscara para crianças acima de 2 anos também pode ser incentivado, mas é difícil manter esse item de forma segura em crianças menores. É importante que, durante o período de sintomas, as crianças não frequentem o ambiente escolar, pois há risco elevado de transmissão viral.
Essas infecções respiratórias também sofrem influência climática, onde há uma sazonalidade esperada, com aumento de casos durante o outono e inverno. Nesse período, ocorre maior aglomeração, com consequente aumento da circulação viral. A médica destaca ainda que, apesar do grande impacto negativo da COVID 19 entre as crianças, o cenário pediátrico não teve a mesma proporção que o restante da população, mesmo na fase crítica da pandemia. Outros vírus, como sincicial respiratório, atingem fortemente a população pediátrica, representando risco de hospitalização e gravidade, principalmente em menores de 1 ano.
Desafios do Home Care
Dra. Teresa Zavaris não teve experiência prévia em Home Care, pois sempre trabalhou em hospital e como professora universitária. “Estou encantada com essa nova realidade”, destaca a médica, que ressalta a complexa estrutura logística para atender o paciente em sua residência. Ela conta que um dos desafios do Home Care é o monitoramento do paciente em seu domicílio, sem o arsenal tecnológico disponível em um sistema hospitalar. “Temos que olhar o todo, pois um detalhe pode impactar na assistência. É um gerenciamento complexo e que envolve muitos profissionais.” A especialista diz ainda que uma grande diferença entre o universo da terapia intensiva pediátrica e do Home Care, é que no primeiro, há muitos pacientes críticos, com maior necessidade de suporte avançado de vida, enquanto no Home Care eles estão estabilizados.
A filial de Sergipe da S.O.S. Vida tem hoje mais pacientes pediátricos do que a matriz e a outra filial de Brasília. Muitos têm problemas respiratórios por apresentarem outras comorbidades, muitas vezes, associadas ao sistema nervoso central. Ou seja, essas infecções são decorrentes de uma doença de base complexa. Pelo trabalho de excelência que desenvolve junto a esse público, a S.O.S. Vida é hoje referência em Home Care pediátrico em Sergipe.