31 de agosto de 2021
Eficácia das vacinas contra Covid-19 | Rádio Excelsior
A eficácia das vacinas é amplamente apoiada pela comunidade científica e os efeitos positivos da vacinação começam a ser percebidos, com os números de infecção e de óbitos caindo significativamente ao redor do mundo.
Apesar disso, ainda existe muita desconfiança em relação aos imunizantes e sua real eficácia. Parte dessa desconfiança é gerada por informações falsas e/ou manipuladas, compartilhadas amplamente em redes sociais, buscando desacreditar vacinas e medidas cientificamente comprovadas como um todo. Outra parte vem de casos amplamente noticiados em que um indivíduo, mesmo com as duas doses da vacina acaba falecendo após contrair a Covid-19.
Um dos casos mais recentes foi o do ator Tarcísio Meira que, infelizmente, foi a óbito em função da Covid-19, mesmo após ter completado o esquema vacinal que contemplava duas doses do imunizante.
É importante lembrar que, nenhuma vacina oferece 100% de proteção, mas oferecem redução do risco de infecção, hospitalização e morte. Ainda assim, existe a possibilidade de que a vacina não funcione em uma pessoa, pois cada organismo reage de forma distinta, o que é comum com todas as vacinas, não só as contra Covid-19.
Em entrevista à Rádio Excelsior, Dra. Monique Lírio, infectologista da S.O.S. Vida, abordou esse tema.
“É preciso reforçar que nenhuma vacina é 100% eficaz, mas todas protegem com grande eficiência o contágio pela doença e são capazes de evitar a morte. O que se sabe também é que, quanto mais velho o indivíduo, ou se ele tiver comorbidades – como doenças pulmonares crônicas, hipertensão, doenças renais –, a chance dele conseguir montar uma resposta imune eficaz, mesmo com a vacina, é menor, mas vacinada essa chance aumenta muito” explica a infectologista.
Nesse sentido, Dra. Monique explica que a morte de pessoas vacinadas com as duas doses, embora sejam lamentáveis, não devem ser vistas como regra e sim como exceção.
Ouça a entrevista completa
Imunossenescência: o envelhecimento imunológico
Com o avançar da idade, o sistema imunológico vai envelhecendo progressivamente, resultando em maior vulnerabilidade a infecções e também na redução da resposta vacinal. Esse fenômeno é conhecido como imunossenescência.
“Os idosos, principalmente, são mais vulneráveis, mesmo após tomar as duas doses existe um pequeno risco porque o sistema imune deles é mais frágil, mas eles devem se vacinar […]”
A infectologista reforça que mesmo após completar o esquema vacinal as medidas de higiene e proteção devem ser mantidas: uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento social e evitar a aglomeração.
Existe uma discussão sobre a possibilidade de aplicação de uma terceira dose de reforço, principalmente em grupos de risco, mas Dra. Monique explica que os estudos sobre o tema estão em desenvolvimento.
Proteção coletiva
A vacinação em massa é uma medida de proteção coletiva, pois, além de oferecer proteção a pessoa vacinada, conforme mais pessoas recebem o imunizante, menor a chance de circulação do vírus.
Existem alguns grupos que não podem receber a vacina por razões de saúde, seja alergia a alguma das substâncias presentes nos imunizantes, ou a existência de alguma doença que impeça a vacinação.
Isso reforça ainda mais a importância de que todos os elegíveis à vacinação busquem receber vacina. Pois, essa é também uma forma de proteger as pessoas cuja possibilidade de se vacinar não é uma opção e as pessoas em que a vacina não fará efeito.
“Todas as vacinas disponíveis são seguras. […] A única maneira de vencermos esse vírus é com a imunização em massa e com as medidas de proteção”, afirma Dra. Monique.