17 de abril de 2021

Desafios da Pandemia no abastecimento de insumos farmacêuticos | Anahp

A queda da cadeia produtiva e as dificuldades de logísticas trouxeram novos desafios para manter o fornecimento de insumos farmacêuticos, materiais médicos e EPIs para instituições de saúde em todo mundo.

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) publicou um artigo de autoria de Arauna Itaicy, coodenadora de suprimentos e logística da S.O.S. Vida, sobre os desafios enfrentados pela logística em meio a pandemia da Covid-19.

Leia o artigo completo.

Arauna Itaicy

A pandemia de Covid-19 trouxe um imenso cenário de incertezas, forçando governos e empresas em todo o mundo a iniciarem medidas de gerenciamento de riscos. Uma das consequências visíveis foi a quebra da cadeia produtiva por conta do fornecimento irregular de insumos, trazendo transtornos para toda a população.

As instituições de saúde, envolvidas na linha de frente desse combate, estão sendo extremamente impactadas pelo desabastecimento de insumos farmacêuticos, material médico e EPIs. Além disso, a escassez no mercado, aliada aos impactos logísticos acarretaram um aumento de custo na aquisição, forçando os gestores a avaliarem seus planos e números constantemente.

Impossibilidade de importação da matéria-prima, redução da carga aérea, excesso de cargas paradas em portos, suspensão de voos internacionais, apreensão de cargas e as práticas duras de negociação – impondo condição de pagamento à vista, assombrosos e constantes reajustes de preço – e a nossa realidade atual.  O conceito de “Mundo Vuca” faz cada vez mais sentido em meio a essa “operação de guerra” que tomou nosso cotidiano. A expressão referir-se a cenários desafiadores que trazem as características de serem Voláteis, Incertos, Complexos e Ambíguos (em inglês Volatility, Uncertertainty, Complexity, Ambiguity).

Essa situação está presente em todo o sistema de saúde, dos hospitais a empresas de home care, impactando no atendimento de pacientes atuais e futuros, podendo contribuir para o aumento no número de mortes. Uma fatalidade imensurável, já que vidas não tem preço.

Diante desta realidade, se faz necessário implementarmos, em uma ação conjunta dos processos de logística e assistência, uma série de “respostas rápidas” que de fato agreguem valor: evitar desperdício, adequar políticas e desenvolver plano de criticidade para todas as categorias de insumos.

Na elaboração do plano de criticidade devem ser previstos gatilhos e ações compartilhadas que sensibilizem a equipe da assistência ao uso racional de insumos farmacêuticos para pacientes assistidos, com iniciativas claras e ordenadas através de ferramentas que direcionem maior objetividade para operacionalização da equipe.

O momento é oportuno para avaliar e aplicar novas condutas de cuidados, como a desprescrição, onde o profissional da assistência pode envolver pacientes e familiares, alertando sobre a importância do uso racional de insumos e da adoção de outros medicamentos disponíveis no mercado com mesma eficácia terapêutica.

A condução, sendo feita com transparência e cuidado, apresentando os riscos atuais e sensibilizando do que de fato agrega valor para o tratamento dos pacientes, deve contribuir para alcançarmos uma situação de menos instabilidade no enfrentamento da pandemia.

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