17 de abril de 2021
Desafios da mulher na atualidade | Roda de Conversa
Durante roda de conversa virtual promovida pela S.O.S. Vida, a psicóloga Sonia Costa destaca as muitas atribuições femininas e a sobrecarga de trabalho.
A pandemia causada pelo novo coronavírus mudou as relações de trabalho e afetou particularmente as mulheres, que precisam se dividir entre o home office e as tarefas domésticas, ficando extenuadas e com impactos no seu equilíbrio mental.
Esta foi uma das reflexões que fez a psicóloga Sônia Costa, mestre em Gestão da Educação, durante a “Roda de Conversa” virtual promovida pela S.O.S. Vida para marcar o Dia Internacional da Mulher.
Durante o evento, cujo tema foi “Mulheres: Desafios da Atualidade”, a psicóloga destacou que tem sido muito procurada no consultório por mulheres sobrecarregadas por terem que acumular tarefas domésticas e profissionais.
“Esse é um ponto importante de reflexão para a sociedade, pois nem sempre elas têm o apoio da família”, disse a especialista.
Provocando a reflexão sobre o tipo de educação doméstica que tem sido dada para as crianças e até que ponto os pais têm falado sobre o espaço de igualdade de direitos de homens e mulheres, sobre as possibilidades de escolhas na vida.
A evolução da mulher na sociedade
Sonia costa começou a sua explanação com um breve histórico do papel da mulher na sociedade. Mostrou um desenho com a evolução da espécie humana, lembrando que a mulher possui algumas diferenças em relação aos homens, principalmente no caso da representação.
“A sua condição de procriação confere a ela a responsabilidade pela perpetuação da humanidade”.
Destacou que a mulher evoluiu muito na sociedade e que o direito ao voto foi um dos marcos dessa condição. “Houve um tempo em que a mulher não tinha direito nem a ler um livro, muito menos votar”, lembrou a palestrante, destacando que somente em 1893 a mulher consegue esse direito na Nova Zelândia, mas no Brasil isso só iria acontecer quase 50 anos depois.
O voto da mulher em nosso país só passou a ser uma realidade em 1932, mas mesmo assim não era obrigatório. Foram muitas lutas ao longo da história, conforme lembrou a palestrante. Tanto que a agenda com temáticas relacionadas à mulher só começou a ter efetividade em 1960. E somente em 1988 ela passa a ter uma representação política no Brasil.
A outra evolução foi nos direitos trabalhistas. Primeiro relacionado ao período da gestação e depois à maternidade.
“Até 1943 ela precisava pedir autorização para o marido para trabalhar, mesmo assim mantendo as outras obrigações familiares”, lembrou Sônia Costa.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) passou a estabelecer algumas regras em 1951, mas até chegar a esses avanços houve luta, protestos e muitas sofreram nesse caminho.
Marcando presença
Mas, mesmo com todos os avanços, ainda existem áreas profissionais tipicamente masculinas. Alguma delas a mulher vai marcando presença gradualmente, como a construção civil, tecnologia e direito.
A palestrante destacou o crescimento nesse campo, com muitas mulheres ocupando espaço como juízas, promotoras e advogadas.Mas é preciso ainda avançar em alguns aspectos ligados à autonomia.
“Ela tem fragilidades, mas que não significam uma incapacidade”, disse a especialista.
A psicóloga reforça que a mulher precisa aprender a negociar, a estabelecer acordos e reformular a maneira como está inserida na sociedade. Isso para não ficar exaurida com a sobrecarga de trabalho e tarefas domésticas.
Por fim, exibiu um vídeo com crianças destacando que a educação para uma igualdade de direitos deve começar desde cedo, com exemplos dentro de casa.
Como estamos lidando com as emoções?
“Como estamos lidando com as emoções” foi a pergunta que Sônia Cotrim, psicóloga e gerente de gestão de pessoas da S.O.S. Vida, propôs para sua palestra durante a Semana do Cuidado na Atenção Domiciliar.