17 de abril de 2021
Cuidados Paliativos: Dignidade e conforto – Revista CASSIND
A abordagem dos Cuidados Paliativos foi tema de matéria na revista CASSIND – publicada pela Caixa de Assistência do Sindifisco em Aracaju. Confira a matéria completa com a participação dos profissionais S.O.S. Vida.
Embora as primeiras iniciativas sobre Cuidados Paliativos no Brasil sejam dos anos 70, somente nos últimos 10 anos a prática começou a ganhar maior espaço nas instituições de saúde, sejam nos hospitais ou na Atenção Domiciliar (Home Care).
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), Cuidados Paliativos são indicados para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares frente a problemas decorrentes de doenças que ameaçam a vida, e incluem a prevenção e o alívio do sofrimento por meio de identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicossociais e espirituais.
“Trabalhar com Cuidados Paliativos é entender sobre a importância e a necessidade de levar o conforto e qualidade de vida para pacientes que não têm mais possibilidade de cura, mas que merecem um fim de vida com dignidade”, resume a médica Marta Simone, gerente da S.O.S. Vida Aracaju.
Os protocolos de cuidado irão controlar os sintomas que possam causar desconforto no paciente como náusea, vômito, dor, fadiga, cansaço, depressão, ansiedade, sonolência, dispneia e mal-estar, proporcionando a ele melhora na qualidade de vida e um processo de terminalidade digno.
DESINFORMAÇÃO SOBRE O TEMA
Apesar de percebermos uma discussão maior em torno do tema, ainda é preciso avançar muito para mudar o entendimento na sociedade em geral, e até mesmo entre os profissionais na área da saúde.
“Existem muitos tabus em torno da morte. É um tema que não queremos sequer pensar, imagine conversar sobre isso. Também temos uma cultura na classe médica que o desfecho da morte é visto como uma derrota. Quando na verdade, ela faz parte do ciclo natural da vida, e em alguns casos, o paciente recebe um diagnóstico que está fora de qualquer possibilidade terapêutica”, destaca a Dra. Marta.
Outro mito, segundo a médica, é acreditar que Cuidados Paliativos acelera a morte do paciente. Existem dados, inclusive, que atestam que pacientes no programa podem até viver mais. O trabalho realizado pela equipe multidisciplinar promove cuidados que vão trazer mais conforto para os sintomas ligados ao quadro clínico, que resultam em mais qualidade de vida nessa fase, que podem ser de dias, meses ou até mesmo anos.
Luana Brandão, médica paliativista da S.O.S. Vida reforça o papel de envolver profissionais de saberes diferentes para oferecer um cuidado mais completo.
“Importante destacar que cuidados paliativos devem ser realizados sempre por uma equipe multiprofissional, que inclui o médico, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e assistente social. Essa é a equipe base que irá trabalhar tendo em mente o conforto da dor total, que inclui a física, social, emocional e espiritual. Tanto do paciente quanto dos seus familiares no entorno, que também são impactados pelo processo de adoecimento”, acrescenta.
CUIDADOS PALIATIVOS NO HOME CARE
Diversos estudos indicam que a maioria dos pacientes, cerca de 70%, preferem morrer no domicílio.
“O ambiente domiciliar é salutar para o paciente de fim de vida. É importante para ele estar em ambiente aconchegante, onde ele se reconhece, reconhece o cheiro da comida, os cantos. Ir para casa muitas vezes é o grande desejo daquele paciente e da família, apesar dos receios. Mas para isso é preciso ter todo o apoio de uma equipe multidisciplinar, que possa tratar de suas necessidades físicas, sociais e espirituais”, completa a médica Alessandra Barretto, paliativista da S.O.S. Vida.
Mas para que isso ocorra de forma adequada, é preciso um serviço de Home Care para oferecer a estrutura necessária para controlar os sintomas característicos de doenças graves, já que seria impossível para a família realizar os cuidados sem esse suporte.
PROGRAMA DE CUIDADOS PALIATIVOS DA S.O.S. VIDA
A S.O.S. Vida conta com um programa específico para pacientes com indicação para Cuidados Paliativos. Entre os diferenciais do serviço estão: Assistência personalizada, baseada em protocolos clínicos; Acompanhamento multiprofissional; Participação efetiva da família e cuidadores na assistência ao paciente; Controle rigoroso da dor e demais sintomas; Foco no paciente e não na doença.
O núcleo multiprofissional do programa inclui médicos, enfermeiras, psicólogas e assistentes sociais com formação na área. Além disso, toda equipe que acompanha os pacientes em cuidados paliativos é treinada para que possam prestar um atendimento especializado e personalizado, baseado na humanização e segurança, pilares da S.O.S. Vida.
Recentemente, o programa da matriz em Salvador da S.O.S. Vida tornou-se a primeira empresa de Home Care da América Latina a ter um programa de Cuidados Paliativos pela Joint Commission International (JCI), considerada uma das mais rigorosas instituições certificadoras da área da saúde em todo mundo.