14 de maio de 2021

Covid-19: Mantenha a vigilância e cuidados

Muitas pessoas relaxaram nos cuidados preventivos após a redução no número de casos de Covid-19 no segundo semestre de 2020.

O resultado disso foi um aumento sem precedentes na curva de contaminados. 

Esse descuido levou a uma consequência trágica:  O Brasil ultrapassou a marca dos 430 mil mortes pela Covid-19.

“No mês de maio, a curva de contaminados e mortes começa a apresentar uma queda, mas não podemos nos descuidar novamente.  Precisamos nos manter vigilantes a todo o momento, sempre seguindo as orientações de usar máscara, higienizar as mãos, manter o distanciamento social e evitar aglomerações.  Essas medidas são de extrema importância para nos cuidarmos e cuidamos de outras pessoas”, alerta a infectologista Monique Lírio.

Monique Lírio, infectologista

Principais dúvidas sobre a Covid-19 e seus cuidados

Dra. Monique respondeu 10 questões sobre a Covid-19.  Abordando dúvidas sobre tratamentos, vacinas, reinfecções e variantes do Coronavírus.

  1. Como é feito o tratamento da Covid-19?
  2. A reinfecção pelo coronavírus é possível?
  3. As vacinas são seguras? Quais suas reações adversas?
  4. As variantes do coronavírus podem afetar a eficácia da vacina?
  5. Depois que eu tomei vacina, eu posso abandonar outras medidas de proteção?
  6. Por que é importante tomar às duas doses da vacina contra a Covid-19?
  7. Eu posso tomar a vacina da gripe e a do coronavírus ao mesmo tempo?
  8. Se eu já peguei Covid-19, devo tomar a vacina?
  9. Quem se curou da Covid-19 deve esperar quanto tempo para aplicar a vacina?
  10. Como fica a situação de quem pegou coronavírus entre a primeira e a segunda dose?

Como é feito o tratamento da Covid-19?

Nos casos leves, com repouso, hidratação, acompanhamento médico (a distância, de preferência), eventual prescrição de remédios para aliviar sintomas e, se possível, com o uso de oxímetros, para avaliar a oxigenação.

Até o momento, não existe nenhum medicamento que evite a infecção ou que impeça o agravamento dos casos leves.

Casos graves devem ser conduzidos no ambiente hospitalar. Nas situações que exigem internação, os profissionais podem oferecer oxigênio, realizar certas manobras e dar um suporte mais próximo a eventuais complicações da Covid-19.

Dependendo da situação, o médico aplica drogas como a dexametasona, que contêm a inflamação da doença, anticoagulantes, que evitam trombos, ou antibióticos, para tratar infecções oportunistas.

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A reinfecção pelo coronavírus é possível?

Sim, mas não se sabe ao certo quão comum isso é, nem por quanto tempo nosso sistema imune barraria novas infecções.

Além disso, as variantes exercem uma influência, na medida em que, teoricamente, poderiam escapar dos anticorpos produzidos por uma primeira infecção.

As vacinas são seguras? Quais suas reações adversas?

Sim. Mesmo as aprovações emergenciais para uso exigem que os fabricantes demonstrem um bom perfil de segurança. E estudos seguem monitorando as reações adversas dos imunizantes agora que a vacinação em massa começou em certos países. Isso não significa que efeitos graves possam surgir em um número mínimo de pessoas, porém esse risco certamente é menor (muito menor!) do que o de se dar mal com a Covid-19 em si.

A maioria dos possíveis efeitos colaterais é leve: dor no local da aplicação, vermelhidão e febre. Alguns casos raros de choque anafilático foram descritos em pessoas com alergias severas. 

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As variantes do coronavírus podem afetar a eficácia da vacina?

Os estudos ainda estão sendo realizados, isso depende de cada variante e de cada vacina. Algumas pesquisas iniciais sugerem que a maioria das doses mantém um grau de proteção mesmo diante das mutações descobertas até agora.

A boa notícia é que, ao que os estudos iniciais indicam, é possível adaptar as formulações das vacinas disponíveis hoje, e as em desenvolvimento já vêm tentando considerar as variantes do coronavírus nos estudos.

Depois que eu tomei vacina, eu posso abandonar outras medidas de proteção?

Não! Principalmente enquanto poucos brasileiros estiverem vacinados, segue sendo importante usar máscaras e manter o distanciamento, mesmo imunizado. Isso porque há um risco pequeno de as doses não funcionarem em uma ou outra pessoa – e, até o momento, os cientistas estão investigando se as vacinas ajudam a conter a transmissão do coronavírus.

Por que é importante tomar as duas doses da vacina contra a Covid-19?

Antes de tudo, é bom destacar que há imunizantes de aplicação única, como o da Janssen. Mas não dá para tomar só uma injeção quando o esquema vacinal pede duas. Veja: os estudos garantem a eficácia máxima do produto só com o esquema vacinal completo. Além disso, a dose de reforço ajuda a prolongar os efeitos do imunizante.

Eu posso tomar a vacina da gripe e a do coronavírus ao mesmo tempo?

A recomendação atual é de dar pelo menos 14 dias de intervalo entre a vacinação contra a influenza e a da Covid-19. Se as datas da campanha de vacinação da gripe e a do coronavírus baterem no seu caso, priorize o imunizante contra o coronavírus. Mas, assim que possível, vá receber a injeção da gripe.

Se eu já peguei Covid-19, devo tomar a vacina?

Sim, porque há risco de reinfecção e não se sabe por quanto tempo duraria a proteção natural do corpo após a invasão do coronavírus. E atenção: não há qualquer risco adicional de efeitos adversos ao receber uma dose depois de ter sido infectado no passado.

Quem se curou da Covid-19 deve esperar quanto tempo para aplicar a vacina?

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) orienta esperar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas. Se o caso foi assintomático, o indivíduo deveria contar o mesmo período a partir do primeiro resultado positivo no exame de RT-PCR.

Como fica a situação de quem pegou coronavírus entre a primeira e a segunda dose?

Caso isso aconteça, você não vai precisar tomar a primeira dose de novo quando se recuperar. O recomendado é tentar seguir o calendário vacinal normalmente, mas respeitando aquela regra das quatro semanas de espera após o início dos sintomas. Não há problema se houver um pequeno atraso por causa disso: o importante é receber a segunda dose assim que estiver liberado.

Flexibilização x Alto número de contaminados

O Brasil passa por um momento crítico da pandemia, tendo ultrapassado, em maio, os 430 mil mortos e mais de 15 milhões de casos de covid-19.

Apesar das flexibilizações pelo país, é preciso que a população se mantenha vigilante e seguindo os protocolos de saúde de distanciamento social e higiene pessoal.

O infectologista Matheus Todt, comenta sobre os riscos dessa flexibilização na atual situação pandêmica no quadro “Palavra de especialista”, postado no Instagram do Jornal Correio (@correio24h) com reportagem de @farias_aguiar

“Estamos vendo um número de casos de Covid-19 assustadoramente alto com muitas mortes todos os dias, com hospitais ainda lotados e o processo de vacina lento.  Falar em flexibilização diante desses fatos é algo que não vai dar certo e vai levar ao aumento de casos no futuro próximo”, alerta o infectologista.

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