11 de maio de 2021
Covid-19: Não abandone a segunda dose da vacina
A campanha de vacinação contra a Covid-19 está acontecendo em todo o país ainda que lentamente. Gradualmente, mais e mais pessoas estão sendo vacinadas e imunizadas.
Porém, nota-se que algumas pessoas abandonam a segunda dose da vacina o que é um risco à saúde, visto que, apenas uma dose do imunizante não é capaz de conferir uma imunização completa.
A grande maioria das vacinas contra Covid-19, desenvolvidas até o momento precisa de uma dose de reforço para oferecer a proteção máxima de cada imunizante. No Brasil, a Coronavac e a AstraZeneca, as duas vacinas fornecidas e administradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) atualmente são compostas por duas doses.
A segunda dose é dada algumas semanas depois de aplicada a primeira dose. Portanto, é necessário que cada pessoa observe a data de retorno para aplicação da segunda dose no cartão de vacinação.
Contudo, tem-se notado certo abandono no comparecimento de pessoas que receberam a primeira dose. Em Salvador, chega a 3,5 mil o número de indivíduos que não retornaram a uma unidade de saúde para completar o esquema vacinal. Em Teixeira de Freitas, cidade do interior do estado da Bahia, dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que 75% dos idosos nas idades de 85 a 89 anos não tomaram a segunda dose.
Tempo para imunização
A definição sobre como será o esquema vacinal é estabelecido durante o estudo de desenvolvimento do imunizante. Nessa etapa é definido se serão uma ou duas doses, o tempo de espera entre a aplicação de cada dose e o tempo necessário para uma imunização completa, conforme explica o infectologista da S.O.S. Vida Matheus Todt em entrevista ao jornal Correio.
“Eles vão testando os protocolos com uma dose e duas doses com diferentes intervalos entre a primeira e a segunda para saber qual o caminho mais efetivo, o que gera mais anticorpos”.
Outro equívoco comum é pensar que, após tomar a vacina ou mesmo após completar todo o esquema de vacinação tomando as duas doses, a pessoa adquire uma imunidade imediata. Isso não é verdade.
Em média, são necessárias duas semanas após a segunda dose para que o sistema imunológico gere a quantidade de anticorpos necessária para neutralizar o coronavírus. Quem ainda não recebeu a dose de reforço deve procurar uma unidade de saúde o quanto antes, é o que aconselha o médico infectologista.
“De forma geral, vacina não tem validade. Se a dose é atrasada, pode ser tomada. Por ser uma vacina nova, a gente alerta a necessidade de seguir o protocolo a risco. Se não tomar a segunda dose, pode ser que a quantidade de anticorpos caia, por exemplo”
Confira a matéria completa do jornal Correio: Covid-19 – 3,5 mil pessoas não voltaram para tomar segunda dose da vacina em Salvador
Abandono Vacinal
Abandono vacinal se refere ao percentual de vacinados que iniciam o processo vacinal e não o finalizam por diferentes motivos. Segundo dados do DataSUS – sistema de informações do Ministério da Saúde -, mais de meio milhão de pessoas não retornaram para tomar a segunda dose da Coronavac.
De acordo com o levantamento, o abandono vacinal fica em torno de 14,13% para a Coronavac. A Coronavac é atualmente a principal vacina aplicada no Brasil, representando 7 em cada 10 vacinas aplicadas.
Os dados consideraram apenas a Coronavac porque o intervalo entre doses do imunizante de Oxford/Astrazeneca é de 90 dias —as taxas de abandono dessa vacina, portanto, só podem ser calculadas a partir do final deste mês.
[Atualização] Mais de 1,5 milhão de pessoas atrasam a segunda dose
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato, informou nesta terça-feira (13) que 1,5 milhão de brasileiros já poderiam ter tomado a segunda dose da vacina contra a Covid-19, mas ainda não receberam o imunizante.
Os perigos da automedicação
A automedicação é um comportamento que os profissionais de saúde desaconselham de modo firme. Isto porque, o uso indiscriminado de medicamentos pode provocar consequências graves à saúde da pessoa.
Nos últimos meses a discussão tem se voltado para o uso de alguns medicamentos no combate e “prevenção” a infecção do coronavírus, como a hidroxicloroquina, azitromicina e a ivermectina.
Os estudos realizados para avaliar a eficácia desses remédios no tratamento da Covid-19 revelaram que os fármacos não trazem benefícios ao tratamento, ou seja, não possuem eficácia, além de apresentar riscos à saúde por conta dos efeitos colaterais associados ao uso dessa medicação.
Por conta da pandemia, passou-se a discutir o tratamento profilático, que é o tratamento precoce, fazendo o uso dessas medicações. Contudo, a comunidade médica e científica não aconselha o uso dessas medicações devido à falta de evidências que justifiquem o uso. Assim, muitas pessoas passaram a adquirir remédios sem prescrição de um profissional médico.
Em entrevista ao Jornal do Estado (RecordTV), o infectologista da S.O.S. Vida, Dr. Matheus Todt explicou alguns dos perigos associados ao uso desses medicamentos.