17 de novembro de 2021
Fisiocase: Cases de sucesso em fisioterapia recebem o reconhecimento da S.O.S. Vida
O objetivo da campanha foi fomentar o conhecimento técnico e valorizar o trabalho dos profissionais que atuam para proporcionar melhor qualidade de vida, bem-estar e autonomia aos pacientes.
Profissional importante dentro da equipe que atua em Home Care, o fisioterapeuta foi homenageado pela S.O.S. Vida no dia dedicado a ele, 13 de outubro.
A empresa criou o Fisiocase 2021, premiação para cases que reuniam práticas exitosas em fisioterapia na atenção domiciliar, onde os profissionais elegeram e enviaram cases de sucesso na sua prática clínica. Foram premiados quatro profissionais, que receberam inscrições para um curso de Fisioterapia Oncológica na plataforma EAD Oncoensino, uma das mais conceituadas do setor.
Segundo a supervisora de fisioterapia da S.O.S. Vida (BA), Andréa Couto, os cases recebidos foram bastante ricos, mostrando a amplitude e importância desse trabalho para melhoria da qualidade de vida, o bem-estar e a autonomia dos pacientes. Andréa conta que a ideia surgiu a partir de uma conversa com a coordenadora médica da unidade de Brasília, Patrícia Espiño, que queria premiar com um curso os fisioterapeutas de sua unidade, como forma de reconhecimento e valorização pelo trabalho que desenvolvem.
Foi então que surgiu a ideia de lançar essa premiação também para as unidades da Bahia e Sergipe, englobando todos os profissionais que atuam pela S.O.S. Vida.
“Elegemos os que mais se destacaram, conforme os critérios estabelecidos, mas estão todos de parabéns”, finalizou a supervisora.
Acompanhe a seguir os cases selecionados.
Mais qualidade de vida
Muitos pacientes que contraíram a COVID-19 tiveram como consequência problemas relacionados à respiração. Para quem tem algum tipo de comorbidade, a situação é ainda mais complicada. Foi o caso da paciente J. S. R. de 94 anos, moradora de Salvador, que teve a doença, ficou em estado grave, mas conseguiu se recuperar graças ao trabalho da fisioterapia e da equipe multidisciplinar da S.O.S. Vida.
Conforme explica a fisioterapeuta Juliana Anjos, que acompanhou o caso desde o início, J.S.R. já tinha uma doença de base, a bronquiectasia, quando contraiu a COVID-19. Saiu do hospital em estado muito grave, dependente do suporte ventilatório. A fisioterapia fez o desmame e hoje ela não usa mais nem oxigênio, caminha com auxilio, está lúcida e orientada.
Juliana lembra que, devido à doença crônica, a paciente constantemente precisava de hospital. Passou a ser cuidada pela S.O.S. Vida para fazer fisioterapia e, com isso, o número de internamentos foi reduzido. Após contrair a COVID-19, ela teve que ser internada, mas a família não permitiu que fosse intubada no hospital, preferindo tratá-la em casa.
A fisioterapeuta ressalta que pela tomografia era possível ver que a paciente tinha áreas no pulmão com pouca ventilação. Foi feito um trabalho para expandir essas áreas, usando a pressão da ventilação artificial. A paciente começou a tossir e a expelir a secreção acumulada. Melhorou gradualmente e saiu da cama.
“Ela chegou em casa em estado tão grave, que não saia do leito. Hoje ela sai até para passear no shopping com a neta. Tem mais qualidade de vida”.
Juliana destaca que o processo foi revertido não só com o recurso da ventilação, mas com outras técnicas e exercícios comprovados cientificamente.
Melhora rápida
Outra história de sucesso selecionada para a Fisiocase 2021 é de Brasília. Uma paciente que foi internada com ventilação mecânica e com várias limitações de mobilidade recuperou-se após três meses de fisioterapia, recebendo alta do Home Care.
Segundo informa o fisioterapeuta Akauan Aurélio de Oliveira Lima, a paciente, I.L.V., tem 83 anos e teve COVID-19. Ela possui várias doenças associadas, como hipertensão arterial, hipotireoidismo, pneumonia e depressão. Quando chegou do hospital fazia uso de oxigênio e precisava de ajuda para sentar, tomar banho, comer e trocar fralda.
O trabalho começou com exercícios respiratórios para dar início ao desmame. Além de exercícios respiratórios, foram feitas atividades de mobilização para ajudá-la a sair do leito. Na segunda semana ela já estava com uma mobilidade maior e foi possível reduzir a quantidade de oxigênio artificial. Passou também a fazer as atividades sentada e não mais deitada.
“Ela começou a se animar, pois viu que estava melhorando”, recorda Akauan.
Após 20 dias de fisioterapia ela já fazia exercícios em pé e começou a dar os primeiros passos. Além disso, não tomava mais banho no leito e já ia sozinha ao banheiro.
Ela passou a respirar sozinha, sem a ajuda do oxigênio, após duas semanas. Na alta, já estava completamente independente.
Volta por cima
Outro case de sucesso é da paciente P.M.T.B, moradora de Salvador, que descobriu um câncer de pulmão em estágio 4 aos 52 anos e conseguiu dar a volta por cima com a ajuda fisioterapia. Segundo conta a fisioterapeuta Ana Paula Vasconcelos, quando a paciente foi internada em Home Care ela estava em uso contínuo de oxigênio, sem conseguir o desmame, e fazia os exercícios deitada na cama. Para ir ao médico, só de ambulância, pois não tinha forças para se deslocar.
Ana Paula conta que inicialmente ajudava a paciente a fazer os exercícios na cama e os poucos foi dando autonomia a ela, que passou a pegar pesos leves e assim foi ganhando força e resistência. Foi feito também um trabalho aeróbico para que ela ganhasse condicionamento cardiovascular. Além disso, subia e descia escada e usava a bicicleta ergométrica.
“Hoje ela está funcionalmente adaptada”, destaca a profissional, acrescentando que a melhora se deu após quatro meses de fisioterapia. Hoje ela já faz as atividades corriqueiras, ainda cansa um pouco, mas caminha, toma banho sozinha e executa as tarefas do dia a dia. A boa notícia é que o tumor vem regredindo.
Recuperação da autoestima
O último case premiado foi de uma paciente da S.O.S. Vida em Aracaju, B.M.D.M, 68 anos, lúcida, com diagnóstico fisioterapêutico de incapacidade funcional. Admitida com quadro de edema global, e dor intensa, ela foi atendida pela fisioterapeuta Edna Aragão, que, em comum acordo com a médica geriatra Luana Brandão, orientou uso de Dipirona 40 minutos antes das sessões a fim de promover alívio e maior colaboração da paciente.
No início, a conduta era passiva, mas com a boa resposta ao tratamento proposto, a paciente obteve força muscular, e ficou mais ativa, melhorando sua qualidade de vida, autonomia e autoestima.
Paciente colaborativa, realizava os exercícios fora do horário das sessões e passou a fazer coisas simples que antes não conseguia, como sair do leito, caminhar, realizar refeições na mesa, ver TV com a família e passeios externos.
“Juntamente com o fonoaudiólogo Gládisson Garcia, conseguimos decanular, retirar GTT (sonda de gastrostomia) e a paciente alimentava-se via oral e com boa aceitação. Foi um dos casos mais gratificantes de minha vida profissional. Os objetivos e metas foram alcançados muito antes do tempo previsto e em menos de dois meses solicitamos a alta”, relata Edna Aragão.