17 de abril de 2021

Vacina Covid-19: Infectologista estima até seis meses para frear a pandemia

Uma das notícias mais esperadas no último ano se tornou realidade: foi iniciada a vacinação contra a Covid-19.

A vacinação terá diversas etapas e deve se prolongar por alguns meses, por isso, é importante ficar alerta para que a população não relaxe nos cuidados de prevenção contra a doença, o que poderia levar a um aumento substancial dos casos.

O médico infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, aponta que a vacinação é muito importante no enfrentamento da pandemia e que o início da aplicação das doses é um grande passo.

Ele alerta, porém, que, além do fato da vacinação ser em várias etapas, pois depende da disponibilidade de doses e insumos, serão necessários alguns meses para que ela ajude a frear o coronavírus.  

Vacina da Covid-19

Início da imunização

Para que o cenário de pandemia seja revertido, o infectologista avalia que serão necessários em torno de 4 a 6 meses. Isso porque é preciso, inicialmente, que cerca de 70% das pessoas que são grupo de risco estejam vacinadas. Além disso, o efeito imunizador das vacinas não é imediato.

“Demanda algum tempo. Se a vacina tem duas doses, por exemplo, a imunização é apresentada em até 15 dias depois da segunda dose. Ou seja, até que se vacine este percentual de pessoas e que todas estejam já apresentando imunidade, temos que ter em mente que nosso maior aliado no combate à Covid-19 ainda é o afastamento social e os cuidados de higienização, que devem continuar”, pontua.

Infectologista Matheus Todt

Matheus cita o exemplo do Reino Unido e da Alemanha, que após iniciar a vacinação adotaram medidas de restrição para assegurar o isolamento e evitar o contágio.

A vacinação começa pelos trabalhadores da saúde, população idosa com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais, que vivem em instituições de longa permanência, asilos ou instituições psiquiátricas e indígenas, aldeados e povos de comunidades ribeirinhas.

Até que a vacinação seja uma realidade para grande parte da população brasileira, as armas contra a Covid-19 continuam sendo as mesmas: lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel, usar máscara e, ao máximo possível, ficar em casa e evitar aglomerações.

Descuido com medidas de prevenção

Com a chegada do verão, as notícias de aglomerações nas praias, bares e festas, especialmente em localidades turísticas se tornaram mais recorrentes, resultando no aumento de casos de Covid-19.

A infectologista da S.O.S. Vida, Monique Lírio, afirma que a segunda onda na Europa já comprovou o que esse relaxamento das medidas de higiene e afastamento social pode gerar.

“Vimos que na Europa os casos começaram a baixar bastante em um determinado período. Como eles estavam próximos ao verão, as pessoas começaram a sair mais, viajar, e isso fez com que a Covid-19 voltasse fortemente em muitos países. Aqui no Brasil não chegamos nem a ter essa baixa substancial de casos, mas o que vemos é que muitas pessoas estão saindo e se comportando como se o vírus não estivesse mais circulando”, aponta.

Monique Lírio, infectologista

Monique salienta que é importante que, para além das medidas do poder público, as pessoas mantenham a responsabilidade individual de tomarem os cuidados indicados para controle da pandemia, protegendo a si mesmas e aos outros.

“A sensação que temos é que as pessoas perderam o medo da doença, mas é importante destacar que ela ainda está em um cenário muito grave e cabe a cada um não relaxar dos cuidados.

Estamos em um país no qual muitas pessoas são dependentes do transporte público e precisam de seu trabalho diário para sobreviver, por isso não podem deixar de sair. O problema é sair sem necessidade e fazer grandes aglomerações, sem cuidados como a lavagem das mãos e a máscara”, enfatiza.

Band News FM

O infectologista Matheus Todt conversou com a reportagem da Band News FM sobre as expectativas e cuidados em relação à vacina de Covid-19.

Ouça a matéria completa.

O que esperar da segunda onda?

Em dezembro os infectologistas Matheus Todt e Monique Lírio realizaram um debate, ao vivo no YouTube, sobre o momento da pandemia em Sergipe e na Bahia.

Questões ligadas a vacinação foram abordadas durante o evento. Confira ao vídeo completo.

Uma das perguntas dos internautas foi sobre quando voltaremos ao normal. Para Dr. Matheus não existe fórmula mágica.

“Não é porque vai começar a vacinação que tudo ficará bem. Primeiro, temos que alcançar um grande número de pessoas com um índice razoável de imunização, por volta de 60% da população para quebrar a corrente da pandemia”.

Segundo ele, o tempo médio que o organismo leva para gerar a imunidade varia de 7 a 14 dias. Só então vamos quebrar a cadeia de contágio e isso deve levar meses.

Dra. Monique lembrou que não basta ter a vacina. Existe toda uma logística de distribuição, armazenamento e treinamento de profissionais.

Sobre a periodicidade da vacinação, Dr. Matheus lembrou que todas as vacinas anunciadas preconizam em imunidade de 6 meses a um ano.

“Ainda não sabemos se precisaremos tomar duas doses ao ano. Infelizmente não temos um dado concreto. Temos também que levar em consideração a diferença entre eficácia e efetividade. Quando falamos em efetividade estamos falando do mundo real. Teremos que ter um tempo para avaliar se a carga de anticorpos ainda está boa depois de um ano”.

Nesse sentido, Dra. Monique lembrou que as máscaras ainda serão necessárias depois da vacina.

“Precisamos esperar para ver se o que os estudos apontam vai se reproduzir entre a população”.

Leia também: Covid-19- tire suas dúvidas sobre a vacinação

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