23 de setembro de 2021
Pandemia estimula mercado de saúde a incorporar tecnologia nos seus processos

O mercado de saúde tem passado por transformações significativas desde o advento da pandemia causada pela COVID-19
Empresas do setor de saúde tiveram que lançar mão de soluções tecnológicas para reduzir custos, se aproximar do usuário e se adaptar às novas exigências sanitárias. O Home Care está inserido nesse contexto, buscando soluções tecnológicas para otimizar o serviço.
Os profissionais de saúde também precisam ser capazes de lidar com um ambiente cada vez mais complexo e tecnológico, além de interagir com novos sistemas, métodos e plataformas. Já o consumidor espera um serviço rápido, eficiente e seguro, que pode ser à distância em alguns casos, como a telemedicina.
O diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), Carlos Arruda, ressalta que o setor de saúde como um todo está passando por um momento interessante de oferta tecnológica, que já vinha se consolidando com a chamada indústria 4.0.
“Essa combinação de uso de redes globais nas chamadas nuvens (cloud, em inglês), somada à velocidade de processamento de dados dos computadores, vem permitindo o desenvolvimento de aplicações digitais que já estavam disponíveis, mas que ganharam impulso durante a pandemia”.

Carlos Arruda, que é também professor de inovação e competitividade da FDC, ressalta que soluções como inteligência artificial, machine learning (máquinas com capacidade de aprender a partir de dados) e aplicativos que usam informações do cliente de uma maneira inteligente já estavam disponíveis antes da crise sanitária, mas não eram aplicados na velocidade necessária por conta da incerteza se funcionariam adequadamente.
No caso do setor de saúde, havia uma regulamentação que restringia a telemedicina, por exemplo. A pandemia mudou esse contexto.
“Com o Home Office, o distanciamento social e a necessidade de as pessoas continuarem operando remotamente, a adoção de mais tecnologia tornou-se imprescindível”.

Para o professor, as empresas não tiveram outra opção a não ser usar a tecnologia. Nesse contexto, cresceram muito as vendas online, o e-commerce, a educação à distância e também a saúde remota, com a necessidade de atendimento em larga escala e com velocidade e distanciamento, como não ocorria antes.
“Uma grande revolução que está em curso no setor de saúde. Vamos ver mudanças significativas no atendimento mais inteligente, mais preventivo, com o uso intensivo de tecnologia não só na relação com o paciente, mas também com a família, que terá acesso com mais transparência aos dados por meio de aplicativos”.
O especialista dá o exemplo de um médico que atua em um posto de saúde em uma cidade no interior do Brasil. Até bem pouco tempo atrás ele estaria sozinho, isolado do mundo. Com as novas tecnologias de informação ele pode se conectar, formalmente, com outros colegas de grandes centros e hospitais de referência.
“Isso já está acontecendo. As grandes cidades vão continuar com a tecnologia de ponta, mas os médicos do interior vão poder ter acesso a tudo isso, não sendo mais necessário deslocar o paciente para obter um diagnóstico”.
Parceiros para a excelência
A FDC possui um programa chamado PAEX (Programa Parceiros para Excelência) que é anterior à crise sanitária, mas que tem ajudado muitas empresas no Brasil a lidar com o novo cenário. Carlos Arruda explica que o PAEX existe há 29 anos e surgiu em meio a uma crise anterior.
“O Brasil tinha potencial de crescimento, mas as empresas precisavam melhorar a produtividade e a competitividade e o programa surgiu nesse contexto, voltado para ajudar empresas de médio porte a terem um padrão de excelência”.
Baseado na lógica de planejar, monitorar e executar com excelência, a iniciativa tem ajudado empresas como a S.O.S. Vida.
“As empresas atingem níveis de excelência gerencial que lhes dá maturidade para atuar de forma diferenciada e eficiente”.
Inovação é valorizada na S.O.S. VIDA
A S.O.S. Vida vem investindo em iniciativas para a transformação digital, como explica a Assessora de Projetos, Isabella Napoli.
“Estamos repensando alguns conceitos sob a ótica da inovação, olhando para o futuro e apostando na transformação digital. Alguns projetos foram antecipados, mas a incorporação de novas tecnologias sempre foi uma estratégia adotada pela gestão para o aperfeiçoamento contínuo de nossa operação”, destaca Isabella.
Para Isabella, com a pandemia, tanto o mercado de saúde quanto os usuários estão mais abertos ao uso de novas plataformas, aceitando muito melhor as iniciativas voltadas para facilitar o seu dia a dia. A telemedicina e a teleconsulta vieram para ficar, e o futuro do setor de saúde passa pelo uso intensivo da tecnologia.
“Prestar um atendimento de qualidade com base na experiência do paciente sempre foi o objetivo buscado e a tecnologia favorece essa aproximação das empresas com o seu público-alvo”.
Entretanto, precisa existir um ambiente favorável na empresa. “Nós temos investido na capacitação de nossa equipe para esse salto tecnológico e discutido intensamente, com as pessoas envolvidas, quais processos merecem ser revistos e otimizados. Os profissionais estão sendo estimulados a desenvolverem projetos que tragam melhorias para o negócio”.
O presidente da empresa, o médico José Espiño, destaca que durante a pandemia a S.O.S. Vida acelerou processos de transformação, assumiu riscos e tomou decisões mais ágeis.
“Temos desenvolvido capacidades digitais para o uso dessas novas tecnologias, investido em infraestrutura e pessoas e capacitando talentos, pois a inovação é estratégica para a empresa”.