17 de abril de 2021
Qualidade do cuidado é diferencial no atendimento em Home Care
A qualidade do cuidado é um importante critério quando se fala em assistência à saúde.
Com diferenciais no atendimento à pacientes, o Home Care (internação em domicílio) tem apresentado crescimento de procura justamente pela sua forma de cuidado, exercido de maneira individualizada e no conforto do lar dos pacientes, que tem a possibilidade de continuar o tratamento fora do ambiente hospitalar.
Para falar sobre a importância da qualidade na assistência à saúde e os benefícios gerados pelo Home Care, entrevistamos Heleno Costa Junior, que é Mestre em Avaliação de Sistemas e assessor da Superintendência do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) associado da Joint Commission International (JCI) – empresa líder mundial em certificação de organizações em Saúde.
A seguir, confira a entrevista:
1 – De que forma a qualidade influencia o tratamento de saúde de pacientes?
Heleno Costa: Influencia de forma direta e decisiva. Prestar assistência sem prever e executar as ações com base em parâmetros de qualidade, proporciona que eventos adversos, erros e outras situações inadequadas ocorram nas distintas etapas do tratamento. Referências como efetividade, eficiência e eficácia, descritas por Avedis Donabedian, são elementos que devem ser previstos para que o paciente receba o melhor nível de cuidado possível, conforme suas condições e os recursos da instituição onde esteja seja atendido. Qualidade pressupõe planejamento, execução ordenada e ainda o devido monitoramento dos resultados.
2 – Quais parâmetros de qualidade são adotados na assistência à saúde?
Heleno Costa: Existem diferentes parâmetros que podem ser adotados. É fundamental que se estabeleça um modelo ou metodologia de gestão da qualidade e, a partir disto, definir quais parâmetros adotar. Exemplo é a metodologia de acreditação, que utiliza padrões de referencia, nacionais ou internacionais. Esses padrões abordam temas como metas de segurança, educação profissional, direitos, avaliação e cuidados do paciente, gestão e uso de medicamentos, prevenção e controle de infecções, indicadores clínicos e assistenciais, entre outros. A aplicação dos padrões é feita de forma abrangente e alcança todas as unidades ou setores da instituição de saúde, que podem ser de perfil hospitalar, domiciliar, ambulatorial, transporte, etc.
3 – Quais são os principais desafios e possíveis soluções para o alcance da qualidade na assistência?
Heleno Costa: Os desafios estão relacionados com o grau de complexidade e de tipos de serviços ou de cuidados prestados. Também têm relação com dificuldades, a inexistência ou ineficiência de métodos ou processos estabelecidos de gestão de qualidade. Pessoas com capacitação e experiência em gestão de qualidade são elementos fundamentais para propor, prever, planejar e implementar processos e ações voltadas para garantir a qualidade assistencial. Atualmente, instituições de saúde consideradas com elevado grau de qualidade, têm equipes de qualidade com profissionais com dedicação exclusiva à gestão dessa área, o que é entendido como uma solução que dá sustentabilidade na prestação de melhor assistência possível aos pacientes.
4 – Quais são as principais diferenças de cuidado em hospital e em Home Care?
Heleno Costa: A principal diferença seria o local da prestação da assistência. Com o avanço de processos, procedimentos e também de tecnologias, o cuidado em home care avançou de forma significativa, possibilitando a diversificação do atendimento à pacientes com maior nível de complexidade. No entanto, as exigências relacionadas com a gestão da qualidade nesse ambiente, se assemelham com aquelas aplicadas aos hospitais. Pode utilizar como exemplo, a gestão e o uso de medicamentos, a prevenção e o controle de infecções, adoção de indicadores clínicos e assistenciais, assim como a capacitação de profissionais, sejam assistenciais, gestores ou administrativos.
5 – Quais são os principais benefícios gerados pelo cuidado em domicílio?
Heleno Costa: Essencialmente estão relacionados com a oportunidade e a possibilidade de manter o paciente junto de sua família, o que propicia humanizar e personificar o tratamento, além de eliminar potenciais meios de contaminação ou propagação de infecções que são possíveis no ambiente hospitalar. O fato do paciente e família contar com profissionais dedicados em seu próprio domicílio, garante um cuidado individual e com maior atenção à detalhes de suas condições e necessidades, o que em um ambiente hospitalar é mais difícil de ser realizado. O cuidado em domicílio também tem alcançado novos patamares no atendimento à pacientes em fases ou etapas de cuidados paliativos, o que vem ao encontro do preconizado por protocolos e parâmetros nacionais e internacionais, que indicam o atendimento à aspectos de humanização, compaixão e individualização desse cuidado, junto de familiares do paciente.