17 de abril de 2021

Psicologia dá suporte a familiares e equipe multidisciplinar no tratamento em Home Care

Pacientes com quadro de doença crônica e limitante internados em Home Care geralmente sofrem com as repercussões da doença e os impactos em sua autonomia e qualidade de vida. Tal situação também traz consequências à família, que nem sempre está preparada para enfrentar esse tipo de situação.

Nesse momento, o suporte psicológico é fundamental para apoiar e orientar formas de lidar melhor com esse sofrimento visando uma melhor adaptação ao processo. Em Cuidados Paliativos esse apoio profissional é ainda mais importante, pois são raras as famílias que conseguem se estruturar a partir da vivência do processo de morte.

Na S.O.S. Vida, empresa pioneira em Home Care na Bahia, a responsável por esse trabalho é a psicóloga Claudia Freitas S. Cruz. Formada pala Unifacs, possui especialização na UFBA em Teoria da Clínica Psicanalítica e atualmente faz pós-graduação em Cuidados Paliativos.

Claudia ressalta que às vezes a família se desestrutura quando recebe um paciente em Home Care, pois a rotina da casa é alterada e as funções precisam ser redefinidas. Além disso, a família passa a assumir o papel de cuidador por força das circunstâncias e sem um desejo prévio de vivenciar esse papel. A psicóloga dá um exemplo simples. No caso de um provedor da família estar doente, outro membro terá que assumir a tarefa de fazer compras no mercado, pagar as contas, levar os filhos na escola, entre outras funções que o paciente desempenhava.

Além de dar suporte à família nesse momento tão peculiar, a psicóloga da S.O.S. Vida também ajuda a equipe multidisciplinar a entender o funcionamento psíquico da família e do próprio paciente. Cláudia lembra que às vezes o médico assistente indica que a família precisa de acompanhamento psicológico, que pode ser devido à dificuldade de aderir ao tratamento, depressão, agressividade, entre outros fatores. Nesses casos, a psicóloga vai até a residência, avalia o contexto e trabalha junto aos familiares a importância do empenho de cada um deles para o sucesso do tratamento. A partir daí ela orienta a equipe multidisciplinar a conduzir a situação de acordo com o perfil psicológico daquela família.

Cláudia lembra um caso que ilustra bem o papel do psicólogo no Home Care. Uma paciente resistia em aceitar os cuidados da equipe de assistência e a família também reforçava esse comportamento. A profissional foi à residência e orientou a equipe sobre a melhor forma de lidar com a situação. “A paciente queria estar no comando e era preciso envolvê-la nas decisões. Quando isso passou a ser feito, ela passou a aderir melhor ao tratamento”.

No caso de pacientes em Cuidados Paliativos, a psicologia é fundamental para todos os envolvidos. Recentemente, Cláudia teve a oportunidade de atuar em um caso em que um jovem pai de família foi a óbito no momento da sua visita e isso abalou muito os familiares. “Fiquei próxima a elesem um momento de grande sofrimento e possível desestruturação psíquica, ajudando-os a enfrentar o luto”.

Cláudia lembra que nesses casos a S.O.S. Vida dá todo o suporte à família, inclusive após o desfecho clínico com o óbito do paciente. Entra em contato dias depois para acolher o familiar e avaliar como está o processo de luto. Caso seja necessário, poderá indicar um local ou profissional para ajudar.

Além disso, está sendo implantado um recurso de contato por escrito com as famílias acompanhadas pela equipe de Cuidados Paliativos. Trata-se de uma carta de condolências personalizada com a biografia do paciente a ser enviada para as famílias enlutadas alguns dias após o óbito.

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