17 de abril de 2021
Enfermagem tem reconhecimento da OMS
2020 foi decretado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ano internacional da Enfermagem e Obstetrícia”, homenageando os profissionais que estão na linha de frente dos atendimentos da COVID-19.
O enfermeiro é um profissional estratégico na complexa cadeia da assistência à saúde. Desempenha um papel decisivo e proativo no que diz respeito à identificação das necessidades de cuidado da população, bem como no atendimento aos indivíduos em suas diferentes dimensões.
Esse papel tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS), que ressaltou em relatório divulgado em parceria com o Conselho Internacional de Enfermagem (CIE) e a campanha global Nursing Now: “Nenhuma agenda global pode ser concretizada sem esforços articulados e sustentáveis para maximizar a contribuição da força de trabalho da Enfermagem e seu papel em equipes de saúde multiprofissionais”.
O documento, intitulado “A situação da Enfermagem no mundo”, ressalta a necessidade de intervenções políticas para possibilitar o máximo impacto e efetividade, otimizando o escopo de atuação e liderança dos enfermeiros, com aumento do investimento em sua educação, treinamento e trabalho”. A categoria representa 59% dos profissionais de Saúde no mundo, segundo o relatório, que conta com informações de 191 países.
Este ano de 2020 está sendo de homenagens da OMS a esses profissionais. Isso porque estamos no bicentenário de nascimento da britânica Florence Nightingale, pioneira no tratamento de feridos durante a Guerra da Criméia e considerada a fundadora da enfermagem moderna por ter criado uma escola em Londres para ensinar a profissão.
Por essa razão, a OMS instituiu 2020 como o Ano Internacional da Enfermagem e Obstetrícia, um reconhecimento justo a duas categorias extremamente relevantes para o sistema de saúde.
Esse reconhecimento da OMS tem mobilizado os enfermeiros, por meio de seu Conselho e demais entidades de classe, a lutar por melhores condições de trabalho e remuneração. O país possui 558.177 mil enfermeiros, 1,3 milhão de técnicos e 417.540 mil auxiliares de Enfermagem. O relatório da OMS aponta que o Brasil teve um desempenho sofrível no que se refere às regulações e condições de trabalho, abaixo de alguns países africanos. Comparando em um índice de um a seis, o Brasil soma apenas dois pontos, equivalente ao desempenho da Índia.
Assista ao vídeo: Enfermagem – uma forma de arte
TRABALHO ESSENCIAL
Nesses tempos de pandemia, quando o mundo inteiro foi atingido pela COVID-19, esses profissionais ganham uma relevância ainda maior, pois eles estão nos hospitais, nos asilos, clínicas e residências, ajudando a quem mais precisa.
É um profissional que pode atuar em diferentes funções, conforme explica a enfermeira Simara Espírito Santo, coordenadora da Qualidade da S.O.S. Vida.
“Existem inúmeras possibilidades de atuação do enfermeiro em todos os serviços e especialidades na área da saúde, desde cargos assistenciais – lidando diretamente com pacientes – a papéis administrativos e gerenciais, como coordenação de equipes, auditorias, qualidade ou educacionais”.
A enfermeira ressalta ainda que a saúde e a população global estão mudando. “Novos desafios estão surgindo e a tecnologia está aprimorando a maneira como educamos os profissionais de saúde e a maneira como esses profissionais chegam aos pacientes”, diz Simara, acrescentando que os enfermeiros são essenciais para o sistema de saúde do século XXI.
Ela diz ainda que espera, a partir da campanha da OMS, um maior investimento na melhoria de educação, desenvolvimento profissional, regulamentação, condições de emprego, maior e melhor disseminação de práticas eficazes e inovadoras na enfermagem e mais enfermeiros em posição de liderança.
Assista ao vídeo: Enfermagem – uma forma de arte
ENFERMAGEM NO HOME CARE
Simara reforça que no Home Care o enfermeiro tem um papel fundamental como coordenador do cuidado, atuando como elo entre a equipe multidisciplinar e os pacientes, a família e o cuidador. Destaca ainda que o enfermeiro traça o plano de cuidado, com objetivos e metas terapêuticas para o tratamento do paciente, além de estabelecer vínculos dentro das residências.
“É importante que o enfermeiro do Home Care tenha competências ligadas ao relacionamento interpessoal, autonomia, comunicação, conhecimento técnico e científico, experiência profissional e resiliência devido à complexidade do ambiente de trabalho”.
Isabella Napoli, enfermeira e assessora de projetos na S.O.S. Vida, acrescenta que o Home Care tem desafios diferentes para o profissional em relação ao trabalho realizado no hospital.
“Quando estamos no domicílio do paciente, identificamos variáveis que precisam ser consideradas no planejamento do cuidado de modo a promover a adaptação e recuperação do paciente. A estrutura física da residência, a dinâmica da família, suas rotinas, crenças e cultura, são exemplos de variáveis presentes no Home Care. Nesse sentido, o enfermeiro assume um papel abrangente, envolvendo ações de cuidar, administrar e educar, e como conciliador, intermedia e flexibiliza a assistência às necessidades do paciente”.
VALORIZAÇÃO
A S.O.S. Vida sempre valorizou e investiu na enfermagem, conforme relata Isabella Napoli, que em 1993, tornou-se a primeira enfermeira da empresa. Atualmente Isabella ocupa o cargo de Assessora de Projetos em Saúde na empresa e destaca que a experiência no Home Care foi um grande aprendizado em sua trajetória profissional.
“No começo o desafio foi grande, pois fomos pioneiros no Home Care na Bahia. O conceito era novo, mas com muito empenho e determinação organizamos nossos protocolos e processos e criamos uma cultura nos profissionais da equipe que estávamos formando. A partir daí, passamos a aperfeiçoar constantemente o nosso trabalho, sempre com foco na qualidade e segurança da assistência”.
A profissional destaca que o enfermeiro precisa ter uma visão holística – que inclui corpo, alma e mente – avaliando o paciente e sua família, incluindo orientações educativas e oferecendo suporte à equipe multidisciplinar, através do planejamento, execução e avaliação da assistência.
“Citando Florence Nightingale, que afirmava que a enfermagem é uma arte, e pode-se dizer, a mais bela das artes. Parabéns a todos que praticam a bela arte da enfermagem”, finaliza Isabella.
JUSTO RECONHECIMENTO
“Estamos no momento de enfrentamento de uma pandemia trazida pelo novo corona vírus e o enfermeiro é de grande importância na complexa cadeia de assistência à saúde, o que tem sido demonstrado e reconhecido pelas populações em todo o mundo. Os profissionais de saúde de uma maneira geral, e em especial os enfermeiros, estão sendo homenageados pela sociedade, que reconhece a contribuição dessa força de trabalho e o seu papel em equipes de saúde multiprofissionais.
Deveríamos instituir políticas públicas para melhor impacto e efetividade das ações, como aumento no investimento na educação do enfermeiro, treinamento e trabalho, desde a sua formação educacional, tanto no nível superior, mas principalmente no nível intermediário, nas escolas voltadas para Técnicos de Enfermagem.
Não é à toa que no dia 20 de maio comemora-se o Dia Nacional do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, homenageando o dia da morte da pioneira da Enfermagem no Brasil, Ana Neri, baiana de Cachoeira, que também tem o seu nome dado à primeira escola oficial de Enfermagem no Rio de Janeiro.
No Home Care, o enfermeiro tem o papel de Coordenador do Cuidado e como a nossa empresa vem contribuindo nesse segmento com a padronização de processos dos cuidados e na melhoria contínua dos resultados assistências dos pacientes, atua capacitando e promovendo atividades cientificas para empoderar esses profissionais, que considero “atores” primordiais no domicílio, por se tratar de uma complexidade maior que exige várias competências.
Como sempre digo e repito: Home Care é ENFERMAGEM. Daí a minha admiração e carinho por toda a classe. Parabéns a todos que atuam nessa nobre profissão”!
José Espiño
Médico e presidente da S.O.S. Vida