17 de abril de 2021
Coronavírus: isolamento social pode evitar que idosos manifestem formas graves da doença
A prática do isolamento social tem sido adotada em todo o mundo como uma das estratégias no combate a propagação do número de infectados pelo novo coronavírus.
Apesar da medida se aplicar a todos, idosos acima de 60 anos fazem parte do chamado grupo de risco, que é constituído por pessoas com mais chance de vir a óbito em caso de infecção pela Covid-19.
Em participação no programa Manhã Excelsior, Matheus Todt, infectologista da S.O.S. Vida, esclareceu que o novo coronavírus possui uma alta capacidade de infecção, de modo que o isolamento social torna-se uma ação de importância significativa no esforço para barrar o avanço do vírus na sociedade brasileira, especialmente no que se refere ao contágio da população idosa pela Covid-19.
“Os casos graves de Covid-19 não são limitados a população idosa, mas são muito mais frequentes acima dos 60 anos e, principalmente, acima dos 80 anos. Alguns cuidados próprios devem ser tomados com a população idosa. O isolamento domiciliar do idoso é imprescindível, quanto menos o idoso estiver em contato com o vírus, menor é a possibilidade de ele ter uma infecção por Covid-19 e manifestar formas graves”, declarou o profissional.
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MAIOR VULNERABILIDADE DOS IDOSOS
Essa maior vulnerabilidade de infecção que o público mais velho apresenta, é decorrente do decréscimo natural do sistema imunológico de pessoas idosas. Por esse motivo, idosos são considerados público de risco para qualquer doença. No caso do Coronavírus, esse entendimento é ainda mais forte, uma vez que os idosos, principalmente aqueles acima dos 80 anos, apresentam a possibilidade de manifestar um grande déficit pulmonar e doenças cardiovasculares.
“O fato da imunidade do idoso ser mais fraca, torna eles mais vulneráveis não para a infecção e, sim, mais vulneráveis para a forma grave da infecção”, explica Matheus Todt.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Órgãos públicos locais estão instituindo medidas para intensificar o cuidado com essa população, a exemplo da Secretaria Municipal de Promoção Social(Sempre), que suspendeu as visitas aos lares de idosos na cidade de Salvador, na Bahia. A pasta cancelou, também, os passeios aos parques e praias para essa população.
“Diante de uma possibilidade de infecção e de manifestação de formas mais graves na população idosa, sobretudo acima de 80 anos, que já tenha doenças prévias, principalmente doenças graves do pulmão, do coração. Temos que evitar o contato, limitar as visitas a esse idoso. Temos que ter cuidado com a higiene das mãos e, também, com a higiene ambiental: sempre deixar esse idoso num quarto bem arejado com exposição solar.[…] Evitar que esse idoso tenha contato com possíveis fontes de contágio e, consequentemente, não manifeste uma forma grave”, salienta.
Quem está com sintomas de doença respiratória deve evitar contato com idosos. Também é necessário ter atenção com crianças, que podem ser assintomáticas, mas transmitirem o vírus para os mais velhos. Além disso, os idosos devem seguir os demais cuidados indicados para toda população, como evitar aglomeração, ambiente fechados, lavar as mãos com frequência e manter a etiqueta respiratória.
“Se todos obedecermos às medidas preconizadas pelas autoridades responsáveis, conseguiremos passar com maior brevidade e tranquila por essa pandemia”, aconselha o profissional.
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VISITA É SUSPENSA EM LARES DE IDOSOS
O Jornal A Tarde publicou (18/03) uma matéria tratando sobre a suspensão das visitas aos lares de idosos como maneira de evitar o contágio.
“Apesar de difícil, o isolamento é uma medida necessária. Em países como a Itália, por exemplo, foram mais permissivos no início e agora vivem um caos com altos índices de mortalidade causados pela Covid-19. Já na Coreia do Sul, onde as medidas de isolamento foram mais firmes, a epidemia está quase acabando”, destaca o infectologista.