17 de abril de 2021
Programa de Estágio para Residência Médica em Home Care

Parceria com a Escola Bahiana de Medicina propicia experiência prática em atenção domiciliar para os médicos.
“No início parece um pouco intimidador, acompanhar pacientes com casos tão complexos em casa, mas depois você começa a entender que eles estão melhor lá do que se estivessem em um hospital”.
É assim que o médico Bruno Góes, 30 anos, avalia as oito semanas que passou acompanhando atendimentos da S.O.S. Vida junto com um médico visitador da empresa.
Bruno participou da parceria para estágios em residência médica em medicina de família e comunidade, um convênio entre a S.O.S. Vida e a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Os residentes ficam dois meses fazendo visitas, atuando dois dias na semana.
O médico destaca que na faculdade não teve contato com esse tipo de serviço e que a experiência foi muito importante para a sua formação.
“Na faculdade existem visitas domiciliares, mas não é igual ao que a S.O.S. Vida oferece. Aprendi muita coisa e recomendo para todos os residentes em medicina”.
Ele conta que acompanhar pacientes em cuidados paliativos, por exemplo, foi uma experiência muito rica e que acrescentou muito à sua formação. Ele destaca ainda que percebeu que é possível capacitar a família a cuidar do paciente, um aprendizado que ele vai levar para a sua profissão. Bruno pretende usar o conhecimento que adquiriu no seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e atuar como médico de família.

Os residentes são acompanhados por médicos visitadores, mas a supervisão é feita pelo profissional da base, sob a coordenação de Dra. Ana Rosa Humia, que possui formação pelo Ministério da Saúde em preceptoria de Residência Médica.
De acordo com a assessora do Núcleo de Pesquisa e Ensino (Nupec), a enfermeira Gleide Regina Oliveira, esse tipo de parceria sempre fez parte do interesse da diretoria da S.O.S. Vida, que dessa forma busca estimular a investigação científica e criar um ambiente de ensino e aprendizagem dentro da empresa.
“Com a presença de acadêmicos na instituição, conseguimos alinhar melhorias para os processos internos e estimular práticas inovadoras, por conta desse olhar criativo da formação, dos residentes, sob supervisão dos médicos visitadores da atenção domiciliar”.
Segundo ela, é uma troca muito rica. “Nossos médicos visitadores, ao mesmo tempo, em que estão supervisionando e conduzindo o acompanhamento, também têm acesso à novas possibilidades e compartilham experiências”.
Home Care na área acadêmica
A gestora da Atenção Domiciliar da S.O.S. Vida, a médica Cristiara Allem de Freitas, acredita que essa parceria ajuda a difundir a cultura do Home Care no meio acadêmico.
“Geralmente o médico sai da graduação sem nenhum contato com internação domiciliar”.
Além disso, ela destaca o aumento da credibilidade e visibilidade da S.O.S. Vida, que passa a ser uma formadora de novos talentos.
“Temos hoje dificuldade de mapear profissionais para trabalhar no ramo. Portanto, esse médico residente tem potencial para ser aproveitado futuramente pela empresa”.
A médica Ana Rosa Humia, coordenadora do programa de Cuidados Paliativos da S.O.S. Vida, usa o próprio exemplo pessoal para destacar a importância dessa iniciativa. Ela fez estágio na empresa quando era residente em medicina em 2007, na época uma parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“Esse estágio mudou a minha vida completamente. Meu trabalho começou aqui e fui evoluindo profissionalmente e hoje assumo a coordenação médica da Atenção Domiciliar. Nunca me desvinculei da S.O.S. Vida”.
A médica lembra que depois que começou a visitar os pacientes em Home Care percebeu que era possível conciliar seu interesse profissional (medicina de saúde da família) na atenção domiciliar.
Dra. Ana Rosa destaca o empenho do presidente, Dr. José Espiño, que sempre buscou desenvolver o conhecimento científico na instituição, aproximando a S.O.S. Vida do mundo acadêmico.
“Ele sempre desejou estar perto de quem produz ciência e reciclar o conhecimento da instituição”.
Experiência enriquecedora
Para a Dra. Rita de Cassia de Carvalho, preceptora no Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, esse programa está em consonância com o que está previsto nas Diretrizes do MEC e da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade – SBMFC, que é dar aos alunos uma visão dos diversos campos de atuação da especialidade.
“A S.O.S. Vida atua com atendimento domiciliar e também com cuidados paliativos, dois campos em que o médico de família pode e deve se inserir”.
Ela destaca que o médico residente tem contato com pacientes acamados e em cuidados críticos, sendo esse estágio uma experiência que enriquece o aprendizado.

Sobre o futuro da iniciativa, a médica enfatiza que a parceria iniciada em 2020 transcorreu de forma bastante eficaz e harmoniosa, “apesar de todos os percalços que a pandemia nos trouxe”.
O objetivo em 2021 é mantê-la e fazer com que possa funcionar em todo seu potencial. “Quero aproveitar para agradecer à enfermeira Gleide Regina Oliveira, à Dra. Ana Rosa Humia e a Dr. José Espiño pela amizade e pela confiança demonstrada durante todo o processo”.